Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)
Hoje, ao meditar perto da lagoa, no meio da floresta Amazônica, resolvi contemplar a vida. O sol brilhava forte entre os galhos das árvores, refletindo sua beleza nas marolinhas do lago. Foi nessa hora que fiz uma comparação interessante entre o céu e a terra (ou água, mais especificamente).
Eram tantos reflexos da luz do sol na água que me lembrou um céu estrelado. A diferença era o espaço/tempo. Percebi então como não nos damos conta da beleza ao nosso redor, ou porque nos acostumamos com ela, ou porque simplesmente ignoramos. De repente, um vento forte soprou e muitas folhas amareladas deitaram-se suavemente na água, como pequenos barquinhos de papel. Uma simples meditação se transformava em magia!
Percebi que o universo, as energias, Deus, ou seja lá o que for e que estiver além da nossa capacidade de compreensão, estão sempre prontos a abrir nossos olhos e nos mostrar que a vida é um santuário. Podemos apenas passar por ele ou fazer dele o que de melhor conseguirmos, não para tirar vantagem, mas para emergir de um sonho profundo e alcançar o desconhecido, conquistando a sabedoria espiritual.
Continuei na contemplação da floresta, observando a diversidade das plantas e me dei conta de que as pessoas também são assim, não só nas aparências, mas na forma de pensar, de enxergar o mundo e de como tratar a si mesmas e aos outros. Não há muito o que se fazer quando a consciência não é estimulada no âmbito espiritual. Alguns apenas passam pela vida como obrigação, enquanto outros alimentam um pouco de esperança em aprender além do cotidiano, criando bagagens e se transformando.
Hoje também, o jacaré não desfilou em minha frente, mas eu sei que ele estava ali perto. E talvez seja isso! Talvez precisemos ter consciência de que mesmo não vendo, as coisas estão por aí, dentro ou fora de nós. Mesmo não falando a mesma língua ou sendo da mesma espécie, podemos interagir, respeitar e aprender. E, se tivermos paciência para ouvir o próprio coração, quem sabe ouviremos palavras que jamais imaginamos. Ajudaremos assim essa mente barulhenta e confusa a ter decisões melhores. Isto fará uma enorme diferença em nossa transformação, se é que queremos que nossa vida tenha algum significado além do material.
E, como tudo que nos inspira também tem hora para acabar, a mata silenciou de repente. Nem sons de pássaros, nem do vento batendo nas folhas. Foi ai que mais uma vez aprendi que minha contemplação tinha chegado ao fim. Pelo menos hoje, pois estarei sempre aberta a enxergar além das cortinas transparentes de meus olhos.
NAMASTÊ
Feliz Páscoa!
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