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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

segunda-feira, 31 de julho de 2023

AS LACUNAS QUE CRIAMOS

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)


Algo aconteceu e abriu-se uma lacuna. Não importa se foram palavras, atitudes ou incompreensões . A lacuna se expandiu e o espaço começou a crescer, dia após dia. De um lado o orgulho, do outro a dor. Difícil definir qual dos dois é mais necessário ou  mais descartável. Porque é assim!


Enquanto não se define nada, o tempo se prolonga e algumas lembranças se desfazem numa névoa densa em algum lugar no coração. Quanto mais se distancia, mais se acostuma com a ausência. É assim que acontece quando morremos. As lágrimas vão secando e há dor apenas nas lembranças boas que ainda resistem ao pó mental.

Neste vácuo perde-se sorrisos, olhares, confidências, toques... Tudo despenca num vazio irrecuperável. É ficção recuperar o tempo perdido, porque a cada dia há  transformações, já não se é a mesma pessoa. Muda-se sentimentos, opiniões, desejos e até a mente. E ninguém tem culpa, a vida é assim.

Dar marcha a ré? Criar pontes sobre o vácuo? É possível tentar, se ainda houver o único sentimento que é capaz de selar cicatrizes: o amor verdadeiro. Nem o simples amar consegue ser tão aderente. Acaba se soltando como um balão voando pelo céu.

Dos dois lados haverão sentimentos conflitantes a serem digeridos. Uns levarão mais tempo que outros, conforme a proporção dedicada no coração. Por mais orgulho que haja, por mais dor ou ressentimentos sentidos, o desafio é decidir pelo perdão ou adeus definitivo. Eis a grande dificuldade: decidir o que realmente importa para que a vida siga em frente, satisfatoriamente.

Talvez nunca se saiba o que seria melhor, mas a decisão é fator incondicional. É nela que, num espelho, se enxergará quem realmente se é. Temos esse direito e dever a nós mesmos antes de acabar a estrada. A lacuna pode ser fechada e o passado só ter caminhos elásticos, onde se vai e volta correndo. Mas tudo sempre depende de ambos os lados para ter um ponto final.

NAMASTÊ 

sábado, 29 de julho de 2023

TOMADA DE DECISÕES

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



Todo mundo um dia já perdeu alguém ou algo que gostava muito. Perdemos por diversos motivos: irresponsabilidade, imaturidade ou apenas porque o tempo acabou. O que era para se aprender e fazer já não tem mais continuidade e resolve-se sair ou ser convidado a sair.

Quando nos agarramos ao desespero da perda, podemos deixar de aprender, de inovar e de nos colocar em movimento. Mas também podemos ser impulsivos demais e sairmos antes da hora de onde poderíamos aprender ou realizar mais.

Muitos, frustrados pela monotonia, pela repetição sem emoções e sem ânimos trocam o que tem por algo novo que, obviamente um dia também acabará sem a magia das descobertas. Alguns sabem lidar perfeitamente com isso, aceitando o que o destino lhes reservou, seja bom ou ruim. Outros, perambulam pela vida, sem um porto, enfrentando ondas grandes, noites escuras e ventos contrários.

Tudo isso faz parte da vida, mas o triste é quando a impetuosidade nos atira sobre um destino que parecia interessante, mas que não se apresenta assim. Lembranças nos torturam e, apesar de novos rumos, os pensamentos não deixam de passear no nosso passado. Nossas escolhas que pareciam melhores, não nos deixam totalmente à vontade dentro do círculo que criamos. E as memórias corroem, tirando de nós falsos sorrisos e inventando máscaras necessárias para que a vida possa fluir.

Quantos segredos guardamos sem que nunca sejam revelados? Talvez nossos olhos no vazio possam sussurrar palavras que ninguém ouve, talvez banquemos detetives investigando o que ainda se passa com o que deixamos para trás. Todos devem ter um momento em que a biblioteca mental se abre e vemos títulos que gostaríamos de ler, pelo menos algumas páginas, novamente. Talvez dizer ou fazer diferente, talvez prestar mais atenção, aprender, usar melhor o tempo, estudar novas formas ou definir limites.

Mas o tempo, tão algoz de nossas vidas, nos empurra para frente por algum motivo. Pode haver em toda história o meio, aquele momento de retorno, ou quem sabe de nova tentativa, mas normalmente o tempero nunca será o mesmo. Quando estamos no caminho, devemos resguardar o que é interessante, cultivando e regando. Se o laço se rompeu é porque roçou em espinhos e ferrugem e que não foram podados ou lixados pelas atitudes.

O mais interessante da vida é que muitas vezes, há laços que precisam romper para que lá na frente a lição seja aprendida, entendida e renovada. Não há regras em se perder amores, empregos ou pessoas em nossas vidas porque cada um tem uma história que precisa de vírgulas, reticências e ponto final. O que precisamos definir é em que posição nos encontramos hoje e se queremos, nesta vida, ter este fechamento,  deixando uma história no mínimo interessante e que possa servir de exemplo.

NAMASTÊ 

quarta-feira, 26 de julho de 2023

A VIDA FAZ TIC-TAC

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



Já parou para pensar que se vivermos uns 90 anos, teremos em média 30.000 dias para fazer alguma coisa? E, conforme nossa idade, já se passaram muitos dias que aproveitamos, adoecemos, jogamos fora e até deixamos nossa marca.

Pois, bem ou mal, a contagem regressiva para o retorno ao mundo da energia começa no instante que nascemos. Viver é o que pensamos sobre nós e em como definimos nossas atitudes e vontades. Se ficar só no "talvez", "quem sabe" ou na imaginação, sem que façamos realmente algo para realizar um sonho ou apenas um simples desejo, acabaremos frustrados. Para isso, necessário se faz a perspicácia de controlar o que consideramos supérfluo, para podermos dar o grande salto da realização pessoal. Ou, para os que nasceram abonados, ter coragem de realizar.

Portanto, pense apenas em um ano. Nestes 365 dias, quantos passeou, quantas vezes foi visitar um parente ou amigo, quantos foi comer o que gosta, quantos passou dormindo, quantos só trabalhou, quantos ficou no celular ou em frente a TV, quantos caminhou por aí observando ao seu redor, quantos ficou acamado, quantos fez caridade ou ajudou qualquer pessoa, de alguma forma, quantos ligou para quem ama ou lembra com carinho, quantos dançou ou cantou, quantos visitou novos lugares e quantos se exercitou para se cuidar. Certamente, perceberemos que deixamos de lado muita coisa que nos faria mais feliz e a pergunta é: por que não mexemos os pauzinhos para alegrar um pouco mais nossas vidas?

Relaxamos com nós mesmos, deixamos o barco correr e quando olhamos, estamos em mar aberto, talvez solitários,  talvez desesperados ou ainda cheios de preocupações. E o relógio continua fazendo tic-tac. Precisamos ao menos sonhar, ter idéias e planejar. Isso nos dá ânimo e foco. Acordar sem projetar um bom dia é jogar fora um dos 30.000 dias. Mesmo que este dia nos traga tristezas, a maneira como nos comportamos perante ele fará diferença em todo processo. Podemos ser quem acolhe, quem abraça e quem está lá. Ou talvez quem mostra a força e a compreensão.

É claro que podemos chorar, nos irritar e nos afastar. Faz parte da dor. Ninguém precisa sorrir o tempo todo. Mas precisamos levar em conta o que colocamos na balança de nossas vidas. Se o corpo físico estiver pedindo socorro, talvez tenhamos relaxado conosco em não nos dar oportunidades maiores de satisfação, carregando só pesos.

Para hoje e todos os dias restantes de nossas vidas, pensemos em colocar e fazer o melhor para que cada noite, onde deitarmos  para o descanso, seja tão leve que o corpo possa relaxar e a mente tenha satisfações e sonhos lindos.

NAMASTÊ  

terça-feira, 25 de julho de 2023

TER PERSONALIDADE OU SER MANIPULADO?

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)


Todo mundo fala em liberdade, amor próprio e ter personalidade. Todo mundo quer decidir sua vida e ser o que tem vontade de ser. Mas nem todo mundo age assim ou consegue.

Basta olharmos ao redor e perceber que uma simples mudança ou idéia de comportamento nas mídias cria muitas "marias-vai-com-as-outras".  Tanto femininas, quanto masculinas. As pessoas têm uma necessidade enorme de fazer parte dos acontecimentos. Muitas vezes nem sabem de que, mas querem dizer que acompanham o fluxo dos que balançam a cabeça para tudo.

Então vemos a igualdade em imitar roupas, cabelos, atitudes e até profissões. Isto significa buscar identidade fora de si, nos outros, deixando a si mesmos sem definição de dons e inovações únicas. Com a desculpa de que é divertido ou que não há mal algum, o medo de não fazer parte da maioria tem deixado pessoas frustradas,  quando não conseguem o que querem. O que não sabem é que ter opinião e ser diferente é maravilhoso também,  talvez muito mais que fazer parte da boiada.

Pensar por si mesmo, identificando princípios e não se deixar manipular, pode nos tirar fama, mas com certeza nos dará autoridade para tomarmos um caminho mais assertivo e único. Estamos sendo intimados a pensar igual ao grupo, encolhendo nossa própria opinião e desejos.

A psicologia das empresas, das escolas e de instituições, insistem em que se siga o que todos pensam, esquecendo quem realmente somos. Regras não tem a ver com excluir opiniões, veja bem! Isto é a técnica para assegurar que ninguém saia da linha e se possa controlar tudo. Pessoas de opinião causam um movimento preocupante, fazendo outros pensar e desajustar a corda.

O mundo está assim, querendo que todos pensem como um determinado grupo pensa. Sabe-se que grande parte disso tem a ver com dinheiro. Os que lançam moda e idéias querem nos ver gastando. Então, através de filmes, da moda, da mídia, das redes sociais elaboram planos para ganhar mais e mais adeptos. E quem tem dificuldade para definir sua própria vida, acha mais fácil seguir os outros, onde se sentirá reconhecido e seguro, pagando para isso.

Grandes nomes da história não se deixaram levar e fizeram aquilo que os deixava feliz, sem ter que imitar ninguém. Pensemos no quanto somos manipulados e se isto está nos deixando tranquilos ou perdidos. Aquele que vem para criar e demonstrar seus dons poderá ser o professor, mas não deverá bloquear as habilidades natas de ninguém. Enxergamos melhor quando estamos longe da multidão. E, com certeza, as pessoas que estiverem conosco terão mais a nos ensinar do que aquelas que são repetitivas e pensam sem esforço ou que alguém pensa por elas.

Pense nisso você mesmo!

NAMASTÊ 

sexta-feira, 21 de julho de 2023

O CORAÇÃO E O BALÃO DE AMOR

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



 Quão gelado está seu coração?

A energia que circunda este maravilhoso órgão é de amor, caridade e bondade. Que temos feito, afinal, para elevar esta energia?

Se imaginarmos o coração  como um balão de borracha, destes que enfeitamos os aniversários, em que quanto mais cheio, mais amoroso ele é, como imagina agora o seu? Não conseguimos mentir para nós, não é mesmo? Parece que este balão ainda pode receber ar e se expandir.

Ao mesmo tempo que queremos ser amados, adorados e queridos pelas pessoas, os outros também esperam um pouco de nós. Livres da vaidade, a qual nos faz pessoas que só pensam em engrandecer a si mesmas, o amor não tem a ver com ela, mas com a necessidade de receber atenção e carinho de alguém. Somos seres carentes e é dessa carência que surgem os desvios de comportamentos como orgulho, soberba, maldades, vinganças. Quando não recebemos o que queremos, nos tornamos competitivos, inflamados e até traiçoeiros. Existem pessoas que, por quererem ser mais amadas que outras, através da inveja, caem na desgraça das traições. O balãozinho do peito esvazia muito e elas não conseguem respirar, pois não tem amor suficiente.

Por outro lado, a expansão desta energia faz com que nossos olhos da alma se ampliem e enxerguemos a beleza nas diversas formas de amar. Elas podem ser entre pessoas, pessoas e animais e pessoas e a natureza. Ninguém chega ao amor pleno se não respeitar o todo, se não amar tanto a si, quanto a tudo. E isto é difícil, estamos aqui como seres imperfeitos, buscando a elevação. 

Mas podemos exercitar dia a dia, lembrando que nosso balão pode ficar cheio de ternura, compreensão e bondade por tudo. Cada vez que ele esvaziar um pouco, devemos tentar perdoar, se resignar e ajudar o que prejudicou. Não mentindo para nós mesmos, mas sendo sinceros e realmente querendo. 

Certamente, este balão estará se refazendo e sua beleza fará parte de nossas vidas. Esta energia facilita a caminhada, traz sorte e bênçãos. E aquela horrível dor no peito, angústia e tristeza vai aos poucos se dissipando. A felicidade e a paz fazem parte de uma vida amorosa. 

Quando estivermos prestes a esvaziar este balão,  causando em nós sentimentos corrosivos em nossa saúde, busquemos o silêncio, a introspecção, respirando lentamente, imaginando o amor entrar dentro dele e expandir lindamente este órgão que nos faz viver. E podemos viver...bem melhor!

NAMASTÊ 

quinta-feira, 20 de julho de 2023

O GRITO DO FALCÃO

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



No silêncio da manhã, estava eu no meu jardim, quando ouvi o grito estridente e belo do falcão. Amo essa ave que anuncia sua chegada. E sei que traz notícias do além. Cabe a nós a perspicácia de saber desvendar este mistério.


Voa falcão querido!
Grita e nos faz acordar
Dança no céu tão destemido
Algo quer anunciar. 

Que tua mensagem seja boa,
Fazendo-nos um despertar.
Precisamos abrir os olhos
E a nossa missão alcançar.

Se teu grito for de tristeza,
Esperamos podê-la afastar.
Que o Criador nos proteja,
E o caminho possamos marchar.

Esse pássaro espiritual
Só aparece quando enviado
E a mente tão natural
Faz o momento considerado.

Precisamos entender a mensagem
E ver através da imensidão.
O falcão quer nos dizer
Para sair da escuridão.

NAMASTÊ 

quarta-feira, 19 de julho de 2023

INDIA UMA VIAGEM DE FÉ

Este é meu novo livro que está à venda no site Clube de Autores e em lojas on line, como Amazon e Americanas.

Neste primeiro mês está com um desconto, então corre lá comprar.

Você vai viajar comigo pelo Norte da Índia, conhecendo lugares, pessoas e tendo dicas de viagem.

Bora lá?



segunda-feira, 17 de julho de 2023

O RANCOR

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



A mente se enche de pensamentos cheios de dúvidas, carregados de maldade e raiva. Parece haver um demônio que a todo momento nos cutuca, inflando os acontecimentos passados, transformando-os piores do que são.

O rancor não é vingança, mas conforme o que carregamos, sem nunca trabalharmos o psicológico, pode acabar se transformando em tal. Este sentimento parece uma gosma que gruda na alma e que, se não limparmos de alguma forma, vai interferindo no nosso bem-estar e nos faz desacreditar de pessoas e do mundo, caso se alastre.

Quando somos rancorosos, normalmente isolamos, desdenhamos e até fazemos comentários maldosos sobre alguém. Este sentimento surge quando somos traídos, prejudicados ou machucados de alguma forma. Todos nós estamos sujeitos a ele, visto que as relações, muitas vezes são abaladas por tais atitudes. Ele se intensifica quando isso vem de pessoas que consideramos amigas ou muito importantes para nós. 

O que precisamos entender é que enquanto ficamos remoendo este sentimento, estamos nos enchendo de mais pensamentos negativos, afetando nossa saúde e a energia da outra pessoa. Olhar o passado não nos mostra o que temos de bom pela frente. Cegamos a mente para o aqui e agora. Se alguém nos magoa, não é errado excluir tal pessoa do nosso caminho, mas também não é errado colocar os pingos nos "is" e compreender a atitude, dependendo dos laços que as unem. Pode ou não haver perdão, através de explicações e compreensão sobre a situação que ocasionou o mal. Muitas vezes, nossos "achismos" não são a verdade que as levou a ter uma atitude.

Acontece que se o rancor não for bem trabalhado, mesmo com tudo isso, ele ficará eternamente no mental, lembrando-nos que devemos ser cautelosos com tal pessoa. A relação nunca mais será de confiança. Como ninguém sabe o que realmente se passa no interior de alguém, podemos ter várias pessoas ao nosso redor cheias de rancor por nós por fatos do passado, esperando o momento certo de dar o troco, mesmo que elas nos sorriam hoje.

Percebemos a tristeza que é este sentimento, inundando o mundo de comportamentos desnecessários, os quais vamos guardando e transformando em energia ruim dentro de nós. Infelizmente, parece algo sem controle, que ainda não sabemos trabalhar através do amor e da consciência crística. Ter rancor exagerado aprisiona nossas vidas num laço que não nos liberta para novas aventuras, pessoas e oportunidades na vida. Ter em mente que tudo que passamos são aprendizados, podemos criar limites, sermos cautelosos e não se jogar às relações sem realmente conhecer as pessoas.

E, mesmo assim, ainda teremos quem nos engane, machuque ou não nos respeite. Simplesmente porque o mundo é desigual, de pessoas com sentimentos e caracteres diferentes. E não há nada a se fazer, a não ser tentar evoluir com distinção e crescer como ser humano.

NAMASTÊ 

domingo, 16 de julho de 2023

A CULPA EMOCIONAL

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



 Um sentimento que incomoda, mesmo tentando enganar a nós mesmos, é a culpa. Até que ponto temos que remoer essa sensação de que nossas atitudes e palavras interferem nas relações?

A culpa pode vir de comportamentos reais, onde prejudicamos alguém, mas também pode ser apenas uma conduta não intencional, que nos cobram, fazendo com que nos sintamos mal, como se tivéssemos cometido um delito. Desta forma, temos um sentimento, mas duas versões dele.

No primeiro caso, é a nossa ação errada que mexe com nossa consciência. Esta ação, quando destrói a vida de alguém, pode nos acompanhar durante toda a vida, corroendo a mente. Só pessoas totalmente desequilibradas ou insensíveis ao extremo, não se importam com o que fizeram. A culpa, neste caso, atrai fantasmas e eles assombram nosso caminho.

Já no segundo caso, a culpa parece vinda da insegurança e medo de não sermos prestativos, amororosos ou atenciosos suficientes, com alguém ou com situações. Alguém se faz de vítima em algum contexto e nos cobra por coisas que não fizemos. Mesmo sabendo que nossa atitude é normal, que não quisemos ferir, parece que o teatro nos faz acreditar que temos culpa. Esse é o tipo de sentimento que nos deixa doentes, com profundas tristezas e desânimos, muitas perguntas, mexendo com um emocional que já carrega alguns acontecimentos sem bons desfechos da vida. Não temos boas respostas e nem entendemos o por quê de alguns julgamentos tão frustrantes, quando na verdade estamos só tentando viver as nossas vidas. Não há intenção alguma de prejudicar ou ignorar, mas as pessoas se sentem assim e nos culpam.

É totalmente cruel tirar a paz de alguém, fazendo-a se sentir culpada de algo que nem imaginava ser julgada. Na verdade, quem faz isso, com certeza, precisa rever conceitos sobre a maneira como tenta manipular os outros pela vitimização. Essa mesma pessoa tem que trabalhar problemas como baixa auto-estima, inseguranças e manobras que usa para controlar os outros a fim de se sentir melhor com seus próprios erros e desleixos.

Portanto, prestemos atenção em como estamos usando palavras e tendo atitudes que encostam alguém na parede, sem que realmente tenham alguma culpa. Com certeza, esse desdém tem feito pessoas reféns emocionais e seremos responsáveis por choros, amarguras e o psicológico delas.

NAMASTÊ

quinta-feira, 13 de julho de 2023

CANSAR NÃO É PECADO

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



Às vezes nos sentimos cansados.
Cansados de explicar, de ter obrigações e até de ser gentil.
Sentimo-nos cansados de sermos fortes, de tentar fazer o mundo nos enxergar e da luta diária em sobreviver.

Às vezes o cansaço vem por meio de dor, às vezes de sentimentos inquietantes e rudes. O cansaço nos faz quietos, pensativos e gostamos da solidão, porque estamos cansados de responder, atender e fazer. Só queremos ficar ali, aproveitando um momento de olhar o mundo com compaixão e dúvidas. As perguntas brotam, sem boas respostas, apenas deduções que servem para o momento.

Todos têm direito ao cansaço, porque viver é uma maratona diária e necessitamos de energia. Somos responsáveis por tantas coisas ou no mínimo nos sentimos responsáveis. E só isso já é desgastante. Absorvemos reclamações, enfrentamos desafios, pessoas, tomamos boas e más decisões e tudo consome energia. Não notamos, mas a vida é exaustiva, mesmo quando estamos felizes e bem, pois para isso acontecer, percorremos caminhos, aceitamos mudanças.

Todos têm momentos de reflexão e isolamento. É  desrespeito exigir que aquela alma não tenha seu instante introspectivo. Precisamos reagir ao mundo através de nossas próprias forças, decidindo como e quando estamos prontos para voltar.

Se não há oportunidade de relaxar, de se encontrar e se ouvir, não vivemos plenamente. Apenas somos mecanismos ocupando algum lugar na humanidade, sem fluir e aproveitar intensamente toda nossa essência. Isso é o morrer aos poucos, diariamente. Cuidemos da mente e do corpo e nosso espírito saberá conduzir ambos. E conseguiremos alguns dias de êxtase. 

NAMASTÊ 


domingo, 9 de julho de 2023

SER COMPANHEIRO

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



Você não é companheiro se não identificar a dor do outro.
Não é companheiro se não tiver ao lado dessa dor, ajudando a superá-lá.
Não é companheiro se não participar dos sonhos do outro incentivando.
Não é companheiro se sentir inveja pelo outro estar em melhor posição que você.
Não é companheiro se não se importar com a saúde e o bem estar dele.
Não é companheiro se não der valor ao esforço que o outro tem para te ver feliz.
Não é companheiro se só pensar no Eu e não no Nós.
Não é companheiro se não o defende ou pelo menos não o ajuda a se aquietar.
Não é companheiro se não cede pelo menos uma vez, para fazer o outro se sentir bem.
Não é companheiro se não sabe perdoar ou pedir perdão.
Não é companheiro se coloca o orgulho acima da relação e deixa o amor desfalecer.
Não é companheiro se não aceita dançar,  cantar e ouvir a música que o outro curte para ser feliz.
Não é companheiro se não lembra de dar um beijo de despedida, de fazer a comida preferida pelo menos uma vez ou se ao se deitar não lembra do boa noite.

Porque ser companheiro é prestar atenção, é deixar um pouco o fio solto, é andar pela trilha juntos, ouvir o que te fala, ver o que te mostra, contar histórias e rirem juntos.

Ser companheiro é se ajustar nos gostos do outro, mesmo não sendo seu estilo, é dar um jeito de não perder a oportunidade de aprender um pouco mais e ensinar o que se sabe, levando o companheiro juntinho, mas ao mesmo tempo dando a ele um tempo para poder estar só.

Não é fácil, mas quando tem amor verdadeiro, cada gesto é uma benção,  cada momento se torna saudade, cada olhar fica no infinito.

NAMASTÊ 

quinta-feira, 6 de julho de 2023

QUANDO SE VÊ

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



Quando se vê o sol nasceu, o dia raiou e quem não o enfrentar, algo já perdeu.
Quando se vê, a mesa está posta, a comida servida e quem não respirar e apreciar, de sua saúde terá que cuidar.
Quando se vê, um grande amor é traído, um coração foi partido, mas uma nova estrada se abriu.
Quando se vê, os filhos já cresceram, seguem seus rumos e não mais te obedecem, mas aceitam tua prece.
Quando se vê, teu grande amigo adoece, aquele que deixamos passar seu pedido de socorro.
Quando se vê, a velhice é companheira, trazendo o medo e o desdém, nos fazendo peões do além.
Quando se vê, a família vai sumindo, os laços se desfazendo e o que resta são apenas imagens saudosas de tudo que se passou.
Quando se vê, choramos pela saudade, sonhamos com comodidade e o coração fica  mole com.mais facilidade.
Quando se vê, o vento bagunçou o cabelo, o rosto foi redesenhado com rugas e a solidão se torna mais frequente.
Quando se vê, o silêncio toma conta do momento, depois de uma única palavra austera e maldosa.
Quando se vê, a lágrima escorre não dos olhos, mas da alma, sem que se consiga segurar.
Quando se vê, passou o tempo dos bons papos, dos abraços e de entender a vida de quem amamos.
Quando se vê, a janela se fecha, a lua aparece e o que era visível, agora se transforma numa enorme incógnita.
Quando se vê, o tempo foi e levou com ele tudo que um dia fez parte de nós: amores, amigos, família, casas, carros, corpos e status. O que sobrou também será levado. É só uma questão de esperarmos para ver.

NAMASTÊ