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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

FAXINA REFLEXIVA

 Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)



Hoje tô na faxina. Aquelas que tiram os móveis de lugar, tiram pó dos bibelôs e limpam até os rodapés. Aquela faxina que só se faz muito inspirada e que tem uma função: a de ajudar na faxina mental e espiritual também.

E, como acabamos vendo os detalhes na decoração de casa, comecei a pensar sobre algumas que têm um valor especial para mim. Lembram viagens, momentos felizes e pessoas queridas. Limpei delicadamente um anjo feito com canela em pau e detalhes em renda, o qual ganhei a muitos anos de uma amiga/irmã paulista e que ainda guardo com muito carinho. Foi isto que me fez escrever este texto.

Imaginei o que seria dele quando eu me for desta vida. Provavelmente jogarão fora, sem se darem conta do valor que ele tinha para mim. E assim é a vida. Temos carinho por tantas coisas que guardamos, mas que nada significam para os que ficam após nossa morte. Me dei conta da vida engraçada que temos. Juntamos "cacarecos", talvez por causa da energia que eles têm e que só nós sentimos.

Viramos pó, literalmente, junto com nossos pertences. Pertences que tivemos zelo e até ciúmes,  que nos dedicamos a cuidar, limpar e que enfeitaram nossa vida. A importância é exclusivamente de nos alegrar. Talvez um ou outro objeto vá se aconchegar no armário de alguém que queira lembrar de nós sentindo a energia ou sabendo da importância que dávamos a ele.

Por isso os egípcios eram enterrados com seus pertences. Achavam que usariam pós- vida terrena. Ou o medo de desapegar fosse absurdamente amedrontador. As coisas servem para nos distrair e servem como recheio para os olhos. Nada além disso! É interessante pensar no quanto vamos juntando nas prateleiras, armários e cantos da casa. E, se construirmos mais um pedaço, logo estará abarrotado de bugigangas, sejam inúteis, especiais ou significantes.

Mas, esses pequenos objetos tem uma história que acaricia o ambiente e até a alma. E, pelo menos enquanto estamos vivos, que sejamos respeitados por cuidarmos deles de forma egoísta. Pois, num momento em que o pensamento corre solto e os olhos vislumbram nosso lar, eles brilham arrancando de nossos lábios breves sorrisos, trazendo as lembranças de uma vida feliz. E só isso faz um coração tilintar.

NAMASTÊ 

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