Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)
De mãos espalmadas e peito aberto adentrei a mata. De repente, um silêncio descomunal. Parei, observei, senti a energia.
O vento veio me receber e cochichou em meu ouvido palavras mágicas, que cabem na perfeição da floresta, lindamente decorada. Meus pés flutuaram e me vi fora do corpo, torneando árvores e rochas, como uma pluma solitária a buscar aconchego em um lugar para descansar. Percebi não estar sozinha. Não tive medo, só a sensação de segurança e paz.
Raios de sol passam através de mim e meus olhos se transformam em castiçais reluzentes. Faço parte de tudo! Continuo minha jornada tentando aceitar a condição de existir numa dimensão fluidica. É perfeita, tranquila e anestésica.
Resolvo explorar mais e, ao tocar uma árvore, consigo sentir o que ela sente. Percebo que me aceita e me convida a sentir a força telúrica percorrendo seu tronco e galhos. Ela me fala ao coração numa linguagem rebuscada e enigmática que os homens da Terra ainda não percebem, dizendo que não aprendemos a verdadeira liberdade e o potencial que ela produz. Somos tão inflados que não há espaço para sentir. Só pensamos em ensinar o que nem sabemos ao certo.
Vejo meu próprio coração em forma energética se conectar com tudo ao meu redor. Plantas e flores parecem me mandar recados sobre a vida. Sinto muita paz e percebo o quanto ainda preciso aprender para evoluir. Me desloco até um riacho onde as surpresas continuam. Seres elementais brincam festivamente correndo sobre as águas e voando num frenesi louco de risadas e gritos. Como nunca os percebi de verdade se são tão reais?
Alguns me cincurdam numa velocidade fantástica alimentando minha energia. Brilho ainda mais! Tanto, que pequenas gotas de luz saem de mim iluminando a floresta. E tudo se transforma em um imenso jardim criptográfico. Mas eu entendo cada parte disso tudo. É fantástico, muito além da nossa imaginação.
De repente, um trovão faz tudo voltar à minha falsa realidade, onde meu corpo se vê aprisionado na carne e tudo desaparece. Mas dentro de mim, a mudança. O que senti não pode mais ser mudado. Espalmo as mãos, abro os braços e respiro. E, numa forma de imensa gratidão por este lugar e este povo, ajoelho-me e reverencio tudo e todos com as mãos unidas significando meu respeito. Sinto algo me tocar e cochichar em meu coração que a vida é única e diferente para quem a consagra e celebra. Essa é a grande lição!
NAMASTÊ
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