A LENHA NA FOGUEIRA

Autora: Josianne Luise Amend (JosiLuA)

Todos nós precisamos estar, constantemente, atentos aos nossos pensamentos. Temos que lutar com os dois lados: o que nos boicota e o que nos alimenta de amor. Ninguem está livre da maldade, vez ou outra, e ela se manifesta quando nós mesmos estamos cheios de traumas, raivas e frustações. Esses sentimentos ruins são estopins para energias obscuras, fofocas e julgamentos que podem levar a erros.

Quem já não ouviu a frase "não coloque lenha na fogueira"? Quando temos desavenças com alguém, acabamos falando desta pessoa para os outros enaltecendo seus pontos negativos, para deixá-la mal com a sociedade. Ou quando alguém quer fazer algo contra alguém e alimentamos esse ódio, colocando mais lenha na fogueira, concordando e até dando idéias. Todas essas formas são maneiras de desacreditar pessoas com intuito malévolo de nossa própria personalidade.

Às vezes, alguém que não gostamos é admirado pelos outros e dizemos que a pessoa já fez isso ou aquilo, que ela não é bem assim, que já prejudicou, enfim, tentamos destruir o que ela criou com suas ações e palavras. Isso seria correto ou cada um deve ter suas próprias experiências com ela? Na verdade, não temos empatia com todos, alguns não correspondem à nossa realidade ou jeito de ser e tudo bem. Só devemos descartar esta pessoa do caminho ou suportar sua presença sem muito acesso à ela. E tirar o foco de sua vida, para focar nos que realmente nos interessam e tem algo a nos oferecer.

A lenha na fogueira é exagerarmos nos julgamentos, preconceitos e fofocas pela nossa própria falta de trabalhar a raiva que sentimos. Neste caso, não somos tão amorosos ou santos como queremos parecer. Temos também muitos erros e queremos usar de artimanhas para encobri-los, jogando o foco para aqueles que nos incomodam. Isto não significa que aquelas sejam pessoas boas em essência, mas que elas podem ser vistas com outros olhos por alguém. E cabe a este tirar suas conclusões.

Enfim, muitas vezes precisamos nos calar, morder a língua e deixar que o universo acabe mostrando os artistas que fingem ser, os pintores que borram o visual e os arquitetos que constróem relações frágeis. Precisamos cuidar de nossa própria vida e imagem e, se queremos seguir um caminho mais leve, trabalhar o lado escuro que nos corrói, fortalecendo a bondade e quem sabe, a sabedoria para saber como lidar com aquilo que nos incomoda e que suga o tempo precioso que temos para aproveitar de verdade o que existe de bom.

NAMASTÊ