Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)
Ao deletar a infinidade de emails que chegam em minha caixa, comecei a pensar como era bom o tempo que recebíamos mensagens dos familiares e amigos. Eram assuntos importantes, piadinhas, power points inspiradores ou apenas aquele texto esperando uma resposta. Agora são spam atrás de spam.
Há muitos anos atrás, a troca de cartas era algo muito esperado. Torcíamos, quando um envelope era visto na caixa de correio, que fosse para nós. Eram páginas que nos faziam ir para um canto silencioso degustar as palavras amigáveis ou românticas. Até as más notícias vinham por cartas. Quem não tem algumas ainda guardadas numa caixinha dentro do armário?
Quando surgiu a internet, a comunicação que demorava dias para chegar, mudou para apenas alguns minutos. Mas não teria mais tantas borboletas no estômago. Todavia, ver que nossa caixa de entrada era lembrada, ainda era uma felicidade.
A era de aquário se aprofundou cada vez mais na tecnologia, mas tirou de nós a sensação do suspense ao desembrulhar papéis. E daí, resolveram inventar as redes sociais e as comunicações escritas via celulares. Menos emoção, mais praticidade.
Falamos agora para um mundo inteiro, na esperança de sermos definidos como blogueiros, famosos ou quaisquer outros títulos que nada significam de romântico ou únicos, particulares. Escrachamos nossas vidas e pensamentos, correndo o risco de sermos alvo de fofocas, já que tudo hoje pode ser compartilhado em segundos.
A questão é que cada vez menos escrevemos. As palavras escritas estão deixando de ter lugar em nossas vidas. Apenas com um clique definimos o que sentimos com figurinhas ou objetos prontos para serem usados. Talvez seja este o futuro que nos espera. Uma só língua que será desenhada.
Mas as emoções, as borboletas no estômago e as surpresas embutidas em cada folha de papel só fazem parte de quem ainda quer um pouco de aventura em sua vida. As cartas, os emails podem ser resgatados se quisermos. Basta que nos deixemos levar pelas lembranças, pela expressão de denunciarmos naquele exato momento, a vontade de externar o que sentimos detalhadamente.
Escrever nos faz libertar e purificar a alma através das palavras. Devemos ao menos tentar experimentar o quão podemos nos descobrir através do que guardamos, sentimos ou idealizamos. E, mesmo não querendo enviar cartas ou emails, comecemos por digitar mais palavras, ao invés de apenas encaminhar textos ou figurinhas. Vamos nos comunicar realmente. Isso trará mais compreensão dos fatos e ajudará, com certeza, nas relações.
NAMASTÊ
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