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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

A VELHICE É UMA DADIVA

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)




Resolvi escrever este texto depois que vi o filme Jumanji 2. Um ator de idade avançada fala ao seu neto que a velhice é uma droga, no início do filme. Mas, após tudo acontecer, ele vira para o neto e diz que a velhice é uma dádiva.

Confesso que lágrimas rolaram dos meus olhos quando ouvi a correção dele sobre a velhice. Isto me fez pensar sobre nossas vidas e o quanto elas são cheias de surpresas desde pessoas que estão no caminho, até fatos e palavras.

Não interessa que idade temos, mas o que fizemos e fazemos com nossas vidas, verdadeiramente falando. 
E o que levamos desta vida dentro de nós, escondido a sete chaves. As diversas fases podem ou não ser vividas completamente. Aqueles que conseguem vivê-las totalmente ou não, porém com intensidade suficiente para amar o passado, vão adentrando às outras fases com segurança e maestria.

Sabemos como distinguir essas pessoas pelo simples fato de aceitarem como o tempo lhes deu os predicados óbvios, seus comportamentos e atitudes relativos às suas idades. Reconhecem o fato de que a vida de tudo na Terra se resume em nascer, florescer, envelhecer e deixar espaço para os que vêm depois.

Elas não se importam em fazer parte deste ciclo e não tem medo de ficar aquém da sociedade. Pois respeitam seu espaço e até os idolatra. Não precisam falsificar seus corpos e documentos, aceitando o ciclo normal da vida.

Levam em seus corações machucados, feridas e muito dever cumprido. Mas também a alegria de terem repartido, amado e conduzido alguns na estrada da vida. Contam causos e sabem que o tempo, apesar de ingrato algumas vezes, ainda é o melhor remédio para a cura de sentimentos destruidores de paz de espírito.

Entendem que suas peças, aos poucos, vão funcionando sem muita agilidade. Não ouvem tanto, não lembram muito, não se mexem tão bem. Mesmo assim, usam o que tem de mais lindo em todos nós: a sabedoria, a paciência e a resignação.

Aprenderam a respeitar os que sofrem por não aceitarem em si a condição da idade. E convivem harmonicamente com eles, sem questionar suas escolhas. Apenas observam o desespero que suas almas enfrentam, a fim de manterem seus corpos eternamente jovens.

"A velhice é uma dádiva "!
O que é errado é o comportamento humano quanto à velhice. Não só dos que se recusam a envelhecer, cheios de inveja, soberba e luxúria, mas da falta de compaixão pelos mais jovens sem entender, respeitar e socializar com os mais velhos de forma natural. Talvez a ciência ainda não tenha avançado o suficiente para eternizar a vida. E até então temos tentado prolongá-la de diversas maneiras. Mesmo assim, não há como fugir do imprevisível.

Se não respeitarmos os que apenas querem continuar seus caminhos, teremos que levar a carga do que ou quem realmente somos e que tipo de memória celular estará gravada em nós. Há virtude em ser o que se é, no tempo que se pode ser. E inteligência em discernir seu tempo e época, interagindo e reconhecendo limites disponíveis para cada tempo ou idade.

Não há mal algum em querer viver intensamente e de forma saudável. O mal está na não aceitação da vida que palpita dentro de nós, diferente para cada um. Isto corrói e abre buracos de grandes insatisfações por não termos o controle sobre nós mesmos. Seremos eternos, mas não no físico, apenas nas correntes de um tempo que não volta mais.

NAMASTÊ 

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