Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)
Hoje acordei as 4:45 h ( como sempre, diga-se de passagem) e imediatamente fui olhar quantos graus fazia. Dentro da minha casa, 3. Minha filha, que mora num local mais baixo, 1 grau. No caminho para o trabalho, a geada no capim verde se faz presente. Nariz gelado, luvas nas mãos e a sensação de que nada esquenta é bem típica na cidade de Curitiba.
Estamos no inverno e a capital mais fria do Brasil é minha amada cidade natal. Não fosse pela população que ainda não tem bom senso, seria a cidade perfeita. Arborizada, limpa e de um povo trabalhador. É claro que hoje em dia, com a miscelânea de migrantes em busca de melhores condições de vida, a cidade perdeu em parte suas características mais fortes: a personalidade do povo.
Voltando a falar do nosso frio, olho para fora e vejo um céu límpido no amanhecer. Com os primeiros raios de sol e o céu azul, sem nenhuma nuvem, já sabemos que vai esquentar aos poucos. E o efeito "casca de cebola", conhecida dos curitibanos, provavelmente será a ordem do dia. Saímos de casa parecendo umas bolas de lãs e casacos e, no final da tarde, acabamos tendo que carregar tudo nos braços. Mas aqui podemos saber bem o que é verão e inverno. E nosso corpo sofre com as alterações térmicas. Mesmo assim, temos diversidade nas roupas e isso é bem bonito.
Quando temos a felicidade de um dia de sol, o frio se torna interessante em todos os sentidos. É gostoso caminhar no parque coberto de geada, ou sentar num boteco e se deliciar com um chocolate quente. Porém, se o frio vem com chuva, aí precisamos ter paciência, pois se torna úmido.
O frio de Curitiba é diferente! Ouço muitas pessoas que vem morar para cá falarem que o frio é terrível, que o povo é gelado, que isso e que aquilo. E me pergunto: - e o que continuam fazendo aqui? Acho que as pessoas devem buscar uma vida feliz e não sentirem-se amargurados onde moram. Nosso frio é tenso, concordo. Mas faz parte da natureza de onde nos situamos. Quem não gosta, faz um favor aos curitibanos indo embora. De mau humorados já chegam os próprios curitibanos. Mas nosso mau humor é genético. Somos filhos de imigrantes europeus e aprendemos a ter regras e uma educação rígida. Até que estamos melhorando. Mas eu gosto da nossa discrição e desconfiança.
Talvez alguns passem a vida sem saber o que é um edredon ou vários cobertores peludos fazendo peso na cama. Existem cidades no sul mais frias, inclusive com neve. O sul é assim, cheio de beleza e diversidade de clima. Temos um verão maravilhoso e um inverno rigoroso. E isso não é bom? Tem gosto para tudo e para todos, nas roupas, nas comidas e nos relacionamentos.
Sim, é difícil colocar o pé para fora da cama de manhã. A vontade é ficar aninhado. Mas a vida segue e o sol lindo começa a mandar os raios entre as frestas da cortina e estimula a vida. E podemos nos deliciar no café quentinho, na torrada e queijo derretido, na fruta fresca. No frio, a comida tem mais sabor. A gente vê a fumaça saindo das panelas e saborear nosso delicioso pinhão é a típica vida do curitiboca. Não gosto da expressão "da gema", porque não somos pintos. Prefiro dizer que o curitibano é da alma. Porque quem nasce em Curitiba tem dentro de si muitos humores, uma variedade de expressões e muita imaginação.
O frio nos abraça e nos faz encolher, talvez. Mesmo assim, nosso frio é simplesmente a sensação de que, mesmo debaixo de tanta roupa, continuamos a ser nós mesmos, com a alma de quem quer e luta pela vida intensamente. O verdadeiro curitibano é, sem dúvida, a alma desta cidade.
NAMASTÊ
Hoje acordei as 4:45 h ( como sempre, diga-se de passagem) e imediatamente fui olhar quantos graus fazia. Dentro da minha casa, 3. Minha filha, que mora num local mais baixo, 1 grau. No caminho para o trabalho, a geada no capim verde se faz presente. Nariz gelado, luvas nas mãos e a sensação de que nada esquenta é bem típica na cidade de Curitiba.
Estamos no inverno e a capital mais fria do Brasil é minha amada cidade natal. Não fosse pela população que ainda não tem bom senso, seria a cidade perfeita. Arborizada, limpa e de um povo trabalhador. É claro que hoje em dia, com a miscelânea de migrantes em busca de melhores condições de vida, a cidade perdeu em parte suas características mais fortes: a personalidade do povo.
Voltando a falar do nosso frio, olho para fora e vejo um céu límpido no amanhecer. Com os primeiros raios de sol e o céu azul, sem nenhuma nuvem, já sabemos que vai esquentar aos poucos. E o efeito "casca de cebola", conhecida dos curitibanos, provavelmente será a ordem do dia. Saímos de casa parecendo umas bolas de lãs e casacos e, no final da tarde, acabamos tendo que carregar tudo nos braços. Mas aqui podemos saber bem o que é verão e inverno. E nosso corpo sofre com as alterações térmicas. Mesmo assim, temos diversidade nas roupas e isso é bem bonito.
Quando temos a felicidade de um dia de sol, o frio se torna interessante em todos os sentidos. É gostoso caminhar no parque coberto de geada, ou sentar num boteco e se deliciar com um chocolate quente. Porém, se o frio vem com chuva, aí precisamos ter paciência, pois se torna úmido.
O frio de Curitiba é diferente! Ouço muitas pessoas que vem morar para cá falarem que o frio é terrível, que o povo é gelado, que isso e que aquilo. E me pergunto: - e o que continuam fazendo aqui? Acho que as pessoas devem buscar uma vida feliz e não sentirem-se amargurados onde moram. Nosso frio é tenso, concordo. Mas faz parte da natureza de onde nos situamos. Quem não gosta, faz um favor aos curitibanos indo embora. De mau humorados já chegam os próprios curitibanos. Mas nosso mau humor é genético. Somos filhos de imigrantes europeus e aprendemos a ter regras e uma educação rígida. Até que estamos melhorando. Mas eu gosto da nossa discrição e desconfiança.
Talvez alguns passem a vida sem saber o que é um edredon ou vários cobertores peludos fazendo peso na cama. Existem cidades no sul mais frias, inclusive com neve. O sul é assim, cheio de beleza e diversidade de clima. Temos um verão maravilhoso e um inverno rigoroso. E isso não é bom? Tem gosto para tudo e para todos, nas roupas, nas comidas e nos relacionamentos.
Sim, é difícil colocar o pé para fora da cama de manhã. A vontade é ficar aninhado. Mas a vida segue e o sol lindo começa a mandar os raios entre as frestas da cortina e estimula a vida. E podemos nos deliciar no café quentinho, na torrada e queijo derretido, na fruta fresca. No frio, a comida tem mais sabor. A gente vê a fumaça saindo das panelas e saborear nosso delicioso pinhão é a típica vida do curitiboca. Não gosto da expressão "da gema", porque não somos pintos. Prefiro dizer que o curitibano é da alma. Porque quem nasce em Curitiba tem dentro de si muitos humores, uma variedade de expressões e muita imaginação.
O frio nos abraça e nos faz encolher, talvez. Mesmo assim, nosso frio é simplesmente a sensação de que, mesmo debaixo de tanta roupa, continuamos a ser nós mesmos, com a alma de quem quer e luta pela vida intensamente. O verdadeiro curitibano é, sem dúvida, a alma desta cidade.
NAMASTÊ
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