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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

quinta-feira, 12 de julho de 2018

A MEDITAÇÃO

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Creio que este tema é bem discutido e abordado por diversas pessoas e filosofias. Na minha opinião, podemos ensinar posições e maneiras, mas cada um deve buscar dentro de si a melhor maneira de aquietar-se. Alguns tem mais, outros menos dificuldade. A questão é que se você não insistir e, devido ao mundo agitado de hoje, não irá "acostumar-se" ao seu momento de quietude e plenitude.

Eu comecei a meditar a mais ou menos 20 anos atrás. Quando falo isso me parece absurdo que já sentei em posição de lótus tantas vezes. Tive por dois anos um grupo de mulheres interessadas em aprender a meditação. Além disso, discutíamos diversos assuntos e buscávamos o relaxamento. Infelizmente, o grupo se desfez por vários motivos, entre os quais a falta de tempo de cada uma. 

Na verdade, a primeira regra para se meditar é ter o tempo e fazer dele algo sagrado e constante. Só assim conseguiremos atingir a perfeição na meditação. Encontramos tempo para tudo na vida, quando queremos de verdade. O "não ter tempo" é uma grande desculpa para não fazermos o que não temos tanta vontade e ânimo. Essa é a grande verdade!

Hoje pela manhã, quando me sentei para meditar e iniciei o processo, constatei o quanto acalmar a mente nos traz pensamentos diferentes daqueles que normalmente temos. Já sabia isso faz tempo, mas a sensação hoje foi intensa. É como se realmente eu devesse escrever sobre isso, para que todos pudessem entender o real significado de ampliar nossa consciência.

Informações vem de forma abundante e tranquila sobre assuntos que estamos passando. Parece tudo mais óbvio e claro. Não sei se os "meditadores" de plantão por ai sentem o mesmo. Mas o meu processo sempre foi esse ao meditar. Parece que eu entro dentro do meu cérebro ou no cérebro do universo e consigo visualizar as respostas para meus anseios. Isso é simplesmente magnífico.

Prova para mim que, se tivéssemos mais silêncio, mais cautela, mais respiração, poderíamos agir melhor e cometer menos erros. Com o passar do tempo, a meditação me ensinou a ter mais paciência e a me calar. Sempre quando somos testados pela irritação da vida, nossa primeira atitude é a reação no mesmo grau ou até em maior escala. Isso causa briga e desconforto. Parece ridículo o que vou dizer agora, mas respirar e voltar-se para si, sem levar adiante o que chamamos de nossa razão, pode ser o melhor prêmio para nosso corpo e saúde. 

Meditar me ensinou o EU SOU. E devo dizer que é melhor ter paz, do que ter razão. Não vou dizer que às vezes, quando me deparo com pessoas irritadas e prontas a atacar, não sinto o desequilíbrio em meu corpo. Tremo, choro e sinto raiva. Mas deixei de atacar com gritos e palavras. Prefiro chorar em uma meditação, tentando o equilíbrio dos meus corpos. A meditação relaxa e, aos poucos, vai nos transformando em pessoas que simplesmente "descartam" o peso que não querem para si. Isso não significa que nos tornamos imunes aos sentimentos, apenas que conseguimos dominá-los melhor.

O rumo das nossas vidas todos sabem. Então por que não seguir num caminho onde cada dia tenha algo bom para ser lembrado? Não pense que vai deixar sua mente em branco ao meditar. O que vai acontecer é você conseguir acessar locais em seu cérebro amortizados pelos pensamentos e atividades em excesso. E isso mudará sua vida, seu corpo, sua saúde. Não medite com pressa, não vai adiantar.

A paz que o corpo sente durante o processo de meditação é tão intensa que nos habituamos à ela e não queremos mais deixar de sentir. Temos tudo em nossas mãos para sermos melhores. A questão é querer. Portanto, busque seu tempo, seu altar, seu lugar e comece a meditar. No mínimo você estará colaborando para aquietar um pouco a mente universal, já que nossos pensamentos formam uma teia claustrofóbica ao redor da Terra, alimentando os menos preparados.

(fico à disposição para conversar sobre o tema, para quem se interessar)

NAMASTÊ

quarta-feira, 11 de julho de 2018

FRIO CURITIBANO

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Hoje acordei as 4:45 h ( como sempre, diga-se de passagem) e imediatamente fui olhar quantos graus fazia. Dentro da minha casa, 3. Minha filha, que mora num local mais baixo, 1 grau. No caminho para o trabalho, a geada no capim verde se faz presente. Nariz gelado, luvas nas mãos e a sensação de que nada esquenta é bem típica na cidade de Curitiba. 

Estamos no inverno e a capital mais fria do Brasil é minha amada cidade natal. Não fosse pela população que ainda não tem bom senso, seria a cidade perfeita. Arborizada, limpa e de um povo trabalhador. É claro que hoje em dia, com a miscelânea de migrantes em busca de melhores condições de vida, a cidade perdeu em parte suas características mais fortes: a personalidade do povo.

Voltando a falar do nosso frio, olho para fora e vejo um céu límpido no amanhecer. Com os primeiros raios de sol e o céu azul, sem nenhuma nuvem, já sabemos que vai esquentar aos poucos. E o efeito "casca de cebola", conhecida dos curitibanos, provavelmente será a ordem do dia. Saímos de casa parecendo umas bolas de lãs e casacos e, no final da tarde, acabamos tendo que carregar tudo nos braços. Mas aqui podemos saber bem o que é verão e inverno. E nosso corpo sofre com as alterações térmicas. Mesmo assim, temos diversidade nas roupas e isso é bem bonito.

Quando temos a felicidade de um dia de sol, o frio se torna interessante em todos os sentidos. É gostoso caminhar no parque coberto de geada, ou sentar num boteco e se deliciar com um chocolate quente. Porém, se o frio vem com chuva, aí precisamos ter paciência, pois se torna úmido.

O frio de Curitiba é diferente! Ouço muitas pessoas que vem morar para cá falarem que o frio é terrível, que o povo é gelado, que isso e que aquilo. E me pergunto: - e o que continuam fazendo aqui? Acho que as pessoas devem buscar uma vida feliz e não sentirem-se amargurados onde moram. Nosso frio é tenso, concordo. Mas faz parte da natureza de onde nos situamos. Quem não gosta, faz um favor aos curitibanos indo embora. De mau humorados já chegam os próprios curitibanos. Mas nosso mau humor é genético. Somos filhos de imigrantes europeus e aprendemos a ter regras e uma educação rígida. Até que estamos melhorando. Mas eu gosto da nossa discrição e desconfiança.

Talvez alguns passem a vida sem saber o que é um edredon ou vários cobertores peludos fazendo peso na cama. Existem cidades no sul mais frias, inclusive com neve. O sul é assim, cheio de beleza e diversidade de clima. Temos um verão maravilhoso e um inverno rigoroso. E isso não é bom? Tem gosto para tudo e para todos, nas roupas, nas comidas e nos relacionamentos.

Sim, é difícil colocar o pé para fora da cama de manhã. A vontade é ficar aninhado. Mas a vida segue e o sol lindo começa a mandar os raios entre as frestas da cortina e estimula a vida. E podemos nos deliciar no café quentinho, na torrada e queijo derretido, na fruta fresca. No frio, a comida tem mais sabor. A gente vê a fumaça saindo das panelas e saborear nosso delicioso pinhão é a típica vida do curitiboca. Não gosto da expressão "da gema", porque não somos pintos. Prefiro dizer que o curitibano é da alma. Porque quem nasce em Curitiba tem dentro de si muitos humores, uma variedade de expressões e muita imaginação.

O frio nos abraça e nos faz encolher, talvez. Mesmo assim, nosso frio é simplesmente a sensação de que, mesmo debaixo de tanta roupa, continuamos a ser nós mesmos, com a alma de quem quer e luta pela vida intensamente. O verdadeiro curitibano é, sem dúvida, a alma desta cidade.

NAMASTÊ


terça-feira, 3 de julho de 2018

DO QUE SE ESCONDE?

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Por mais autênticos e confiantes que tentamos parecer, nada é tão obscuro e incógnito como nossa alma. Lá se escondem tantos segredos! Segredos de toda uma vida e de tudo que passamos, ouvimos, sentimos, falamos e vivenciamos. 

São falsos perdões que, apesar de falados, nunca foram esquecidos os fatos e pessoas. São pessoas que nos humilharam, que nos abandonaram sem explicação, que nos traíram pelas costas. São palavras que nos feriram profundamente, atitudes inesperadas de quem amamos ou amávamos, incompreensões, deboches, mesquinharias e apelos não atendidos. Tudo com um toque de mágoa, de ressentimento ou até de raiva. O tempo passou, dizemos não mais nos importar, mas basta vivenciar o passado para aquele segredo encrustado na alma reaparecer, trazendo com ele tristes lembranças.

Muitos dizem que enterraram seus defuntos, mas na verdade eles são zumbis adormecidos. Notamos isso quando vemos alguém contar suas histórias do passado, sempre culpando alguém pelo próprio sofrimento e dor. 

Estes sentimentos escondidos, se não forem devidamente trabalhados até realmente saírem de cena, com o tempo trarão suas consequências. E elas se manifestam de diversas maneiras, conforme cada pessoa.

Se você começa a engordar exageradamente, pode estar deixando-se inflar por problemas e situações que te incomodam, mas que não sabe bem como sanar. A ansiedade toma conta e a saída é buscar a satisfação em algo prazeroso como "comer". Repare que muitas vezes nem tem fome, mas o ato em si de mastigar parece tentar empurrar cada vez mais fundo, suas decepções e tristezas.

Se você adoece de repente, deve se dar conta de algum processo mal resolvido em sua vida. E, dependendo do caso ou assunto, a doença irá se manifestar em órgãos ou locais predestinados. É muito interessante fazer uma análise dos confrontos ou fatos inesperados que passou. Através disso, poderá buscar auxílio com pessoas especialistas em somatizações.

Se você se esconde através da depressão, obviamente quer fugir de si mesmo. Não se esforça para reagir ao mundo ao seu redor. Prefere voltar ao casulo e talvez nunca mais voltar a ser borboleta. E o que isso resolveria para sua vida, afinal? Talvez seja seu orgulho tão inflado, negando-se a responder perguntas e a descer alguns degraus. Já parou para analisar que além de perder a graça pela vida, também está deixando o tempo tomar conta do que deveria ser o resgate para novas pessoas, idéias e acontecimentos?

Se acha que escondendo a antipatia que tem por alguém, fingindo pertencer ao grupo de pessoas que puxam o saco dela, isso vai lhe dar felicidade e alegria, está enganado. Pertencer a grupos sociais, mesmo sabendo que tudo é supérfluo, frio e cheio de mentiras, pode lhe render outras tantas séries de doenças. Frustrar-se com seu meio, sua vida e as pessoas ao seu redor não é a melhor saída para ter uma vida ampla e feliz.

Esconder-se através de sorrisos amarelos e contos de fadas também não leva à tranquilidade. Vejo pessoas que respiram profundamente ou apenas fingem não te ouvir, se resolve contar algo alegremente, mas que elas não podem fazer ou ter. Inveja, ciúmes e pensamentos ruins se escondem por baixo de falsos abraços, elogios soltos no ar sem amor e desatenção. O problema está em quem se esconde por trás disso, sem se contentar pela felicidade de alguém. 

Enfim, o mundo está mudando e existe pessoas dispostas a se autoconhecer e praticar maneiras de ampliar sua auto-cura. O que faz alguém não entender que a palavra de ordem é: BUSCA.

Se sentirmos um desequilíbrio em nós, percebendo-nos angustiados, enraivecidos, ciumentos, agressivos ou qualquer outro sentimento que nos faça seres emburrados e chatos, algo está se escondendo dentro de nós. E temos que ser suficientemente humildes para essa busca, conseguindo um estado de plena cura. Porque há mais dentro de nós, do que apenas sentimentos ruins. Há amor, paz e luz.

NAMASTÊ

VIAGEM MENTAL

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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A imaginação é uma coisa fantástica! Ela nos ajuda a relaxar, se vemos imagens felizes e que nos fazem bem, ajuda a trabalhar o cérebro nas lembranças e também na cura. Sim, ela cura devido às descargas de serotonina, que nos tranquiliza e mexe, inclusive, com nossa maneira de respirar.

Vou levar você agora, querido leitor, a um mundo imaginário e quero que tenha toda liberdade para criar dentro deste mundo. Normalmente, imaginar com os olhos fechados é mais proveitoso, mas como quero que leia e entre comigo neste universo paralelo, você pode, vez ou outra, respirar, fechar seus olhos e ir imaginando.

Resolvi criar um enorme espelho. O encontrei perdido por ai. Ao tentar limpá-lo, caí para dentro dele e, imediatamente, senti uma mudança na temperatura corporal. Parece que tudo é perfeito, nem frio, nem calor demasiado. Apenas um mormaço suave. Olhei ao redor. Um lindo bosque, cheirando a carvalho e incrivelmente suave odor de canela. Tudo parece mais doce. Salivo. 

Começo a caminhar, lentamente, sentindo que meus pés estão descalços. A energia telúrica é sentida sob a sola dos pés, percorrendo meu corpo como se fosse um choque elétrico, mas tão suave que me faz ficar em plena paz. A vegetação é uma pouco alta e dourada. Chega, mais ou menos, na minha cintura. Não tenho medo. O brilho dos raios de sol nela parecem ornamentar a vida de proteção divina.

Ao tocar as plantas, pequenos seres voadores começam a se manifestar e, rapidamente, me vejo envolta de asas transluzentes caminhando comigo. É como se o mundo me abrigasse em seus braços. 

Nada me incomoda, faço parte deste todo. Mais à frente, a vegetação se transforma num lindo gramado que se estende ao lado de um riacho transparente, vindo de um pequeno fio de água que cai de uma altura absurda, causando uma fumaça de gotículas coloridas, formando um lindo arco-íris.

Não resisto e me desnudo. Também não me incomoda minha nudez. Sou apenas um corpo sem uma camada, mais natural, menos pudica. Ao entrar na água, embaixo do arco-íris, percebo que meus pés flutuam e que lindas asas se abrem nas minhas costas. E eu me transformo. Ao deixar minhas vestes para trás, sem vergonha e medo, entendo que meu casulo também foi deixado e agora, transmutei num ser melhor, deixando para trás qualquer sentimento ou força que não me deixava evoluir espiritualmente. E eu vôo! Brinco com milhões de outros seres voadores e me espanto ao ver, lá embaixo, meu próprio eu sorrindo e acenando.

Percebo que há muito mais além do que o corpo físico. Estou encantada com tanta beleza e sentimentos de paz. Fecho os olhos e deixo-me sobrevoar montanhas, riachos e planícies. Ao abrir meus olhos, uma imensa águia está ao meu lado e, por incrível que pareça, ouço o que ela me diz: siga-me! Assim o faço. Ela me leva para o alto de uma colina, onde pairamos para observar o prana sutil e brilhante sobre aquele lugar. Ela me fala de muitas coisas, inclusive sobre o orgulho que não deixa a liberdade ser presente na vida da humanidade. Diz que quem tem orgulho demais, não aproveita a vida completamente. E que o medo nos faz regredir. Entendo o que ela me diz e agradeço.

Salto para um vôo rasante sobre a terra e, batendo rápido as asas, pouso ao lado do meu próprio corpo. E me abraço, olhando profundamente em meus olhos. Tão profundamente que consigo ver minha própria alma. Este lugar é mágico e curador. E, ao mergulhar no meu mais profundo ser, volto a ser várias camadas numa só. Só que agora, sinto dentro de mim as asas e ensinamentos, os quais jamais quero perder.

Respiro profundamente e me deito no capim cheiroso, coberto de minúsculas flores coloridas, criando um verdadeiro tapete bordado afofado. Quisera ficar ali para sempre, mas sei que preciso passar adiante tudo que aprendi e ganhei. Porque a vida é isso: compartilhamento!

Fecho os olhos e adormeço. E, ao acordar, sentindo meu corpo pleno e aquecido, estou novamente fora do espelho que, inesperadamente, deixa de mostrar minha imagem, refletindo apenas...luz!

NAMASTÊ