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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

HERANÇAS

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)





Enquanto mexia nos meus vasinhos, tentando deixá-los mais bonitos e organizados, a lembrança de minha oma veio em meu coração. Quando criança, não entendia por que num calor insuportável e em pleno sol, ela escolhia carpir o mato ao redor da casa de praia, ao invés de participar do banho de mar.
Lembrei com carinho da pele branquinha, mas já avermelhada embaixo do  largo chapéu de palha que usava. Naquela época pensava que aquele trabalho era terrível.

Recordei também da entrada da casa da minha outra vó, cheia de vasinhos e flores lindas, todos perfeitamente cuidados pela menina do dedo verde que ela era.

Não imaginava que eu teria os mesmos gostos, de mexer na terra, de plantar, ajeitar meu jardim. É tão gratificante, tão energizante e nos faz tão bem! E comecei a pensar sobre as heranças que trazemos em nós do comportamento de outrora, de nossos familiares. Claro que elas tanto podem ser boas, como ruins, mas quero me ater somente no que faz bem.

Nossos antepassados tinham manias, características e sentimentos que, ao longo dos anos, vamos percebendo que também temos. A conexão com eles se faz na herança de idéias e maneiras de ser. Você já parou para analisar o quanto é parecido com seus avós, tataravós e quem sabe, por antepassados mais longínquos? Vale a pena pesquisar.

Aquele gosto pela música, por determinado instrumento, por tarefas diferentes, por pesquisas, por cozinhar, pelas tarefas domésticas, pela espiritualidade, por construção e tantas outras coisas que, do nada, surgem dentro de nós de forma intensa e de gostos acentuados.

A questão é que, além da herança genética, carregamos no inconsciente familiar a vida de nossos antepassados, que desabrocha em nós inexplicavelmente.

Por estas, devemos perceber a responsabilidade que temos ao transferir nossa imagem para os que nascem depois. Eles nos observam e começam a dar sinais de que estão se conectando a nós quando gostam de estar por perto e ajudar. 

Lembrei-me agora do quanto eu perturbava meu avô quando ele fazia consertos em casa, construções e calçadas. Acordava cedo só para ir ajudá-lo. E ele permitia, com toda sua paciência, ensinando-me a passar cimento no chão, enquanto ele colocava os ladrilhos. Hoje, quando preciso fazer algo, normalmente tento sozinha, seja elétrica ou consertos. Acho que isso tudo faz com que saibamos que somos capazes, se nos esforçarmos.

E, da mesma forma que minha filha briga hoje comigo por viver oferecendo guloseimas para as netas, minha mãe ficava brava quando ao chegarmos na casa do opa, ele vinha com uma grande gaveta de pirulitos e doces, só para ver nossos vestidos brancos engomados ficarem todos pingadinhos. Acho que o intuito mesmo era sentir o que sinto hoje: ver os rostos de felicidade e alegria.

Existem heranças emocionais também, pois sei que o amor que tenho pelas minhas netas hoje, me foi transmitido em grande escala pelos meus avós. A amizade, o bate papo carinhoso, o jeito de ensinar na cozinha, tudo tem um ar tão maravilhoso de eternização.

Se achamos que só temos responsabilidade com nossos filhos, estamos completamente errados. Não são só eles que nos observam e levam consigo tanto nosso lado construtivo, quanto destrutivo. Por isso, nossas atitudes têm implicações nas vidas futuras. Somos como espelhos para nossos descendentes, ainda mais quando a empatia é muito mais intensa. 

Sejamos sol, brilhando em nossas atitudes e palavras, pois só assim deixaremos um mundo melhor e mais iluminado.

NAMASTÊ

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