Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)
Se pudéssemos voltar no tempo e viver com nossos antepassados,
talvez descobríssemos o por quê de tantas coisas.
Porque a vida deles era simplesmente diferente, educados de maneira diferente, podendo ou não ser mais sofrida que a de hoje em dia.
Temos a insensatez e a falta de respeito de julgá-los como malucos, como insanos e velhos, ao chegarem em idade avançada. Mal sabemos nós a carga que levam nos longínquos caminhos que até hoje percorrem. Cansados, porém insistentes, perseguem a essência da vida e ainda poder participar do núcleo familiar. E tudo que passaram e tentaram para poder nos dar uma vida melhor, no mínimo feliz e justa, muitas vezes é esquecido ou nomeado de "obrigação".
Talvez não saibam e nem queiram aprender a usar a tecnologia, apenas se satisfaçam em ter aquela conversa ao pé da lareira ou na cadeira de balanço. Mas nós, tão ocupados e cheios de orgulho por termos educação e cultura que, diga-se de passagem, foi presente deles, deixamos passar a melhor das matérias na escola da vida: o reconhecimento.
Tantas noites eles estiveram em nossas camas, nos cobrindo e cantando ou rezando para dormirmos em paz e aquecidos. Ou levantaram cedo só para preparar-nos o café da manhã com o pão quentinho. E agora, que eles precisam de um café na cama ou daquele pãozinho molinho, pois seus dentes já não suportam os crocantes, ficamos bufando por prestar esse carinho que deveria ser simplesmente abençoado por podermos retribuir.
É bem verdade que alguns ficam rabugentos e parecem não se conformar ou aceitar sua idade. A questão não é se devemos ou não nos entregar à idade, mas ter bom senso em perceber que, assim como bebês não conseguem escalar montanhas, idosos também terão limitações no decorrer da vida.
Mas, com o desenvolvimento em ritmo acelerado, os bons tempos de maior integração familiar foram ficando para trás. Nem quando conseguimos estar todos juntos ao redor da mesa para a refeição, o bom papo flui como antigamente, já que a prioridade é tirar uma foto para as redes sociais ou comentar algo. Nossos antepassados é que eram felizes. Ouviam e riam dos causos, passavam horas na varanda vendo as crianças brincarem de pega-pega e à noite ainda recebiam os parentes que chegavam com uma torta na mão ou a carne pro churrasco.
Hoje, com tantos cursos para aprender como ser melhor profissionalmente, deixamos de lado o como aprender a ser família. Festas? Jamais. Não há tempo e o cansaço tira qualquer vontade de recebermos gente em casa. Poucos são os que ainda encontram tempo e disposição para reunir pessoas e ainda mais convidar os velhos. E o pior se reflete nos mais jovens, naqueles que estão guardando as lembranças e que um dia terão ou não o que contar aos seus filhos e netos.
Nossos antepassados passaram por crises, por guerras, por dificuldades, por um mundo sem tanta informação ou cultura. Mas vivenciaram a vida em si. Davam grandes apertos de mãos, faziam panelões de sopa para convidar a família para comerem juntos e, aos domingos, estendiam toalhas na grama para o piquenique comunitário. A vida hoje é TV, sofá e cada um no seu quarto. Crianças não brincam, dormem de dia para que seus pais possam ter paz. Ou são estimuladas a ficar em aparelhos eletrônicos, pois se distraem e não incomodam.
Isso tudo é o preço do capitalismo e da ganância. Não aprendemos a dar continuidade para as coisas boas da vida. Apenas a jogar na cara de quem fez de tudo para que estivéssemos onde estamos, que estamos ocupados demais para lhes dar atenção hoje. E amanhã também estaremos. E talvez depois de amanhã. Só estamos nos esquecendo que o ciclo continua e um dia estaremos neste mesmo lugar, pedindo um dia só de companhia ou um almoço em família.
É muito lindo falar a palavra família e achar que nossos antepassados deixaram de ser nossa família, porque criamos uma só nossa. Mas devemos lembrar nosso sobrenome, nossa história e nosso sangue correndo nas veias. Quem sabe não é o momento de aumentar a gratidão e apenas deixa-los existir tanto física como espiritualmente em nossas vidas? Porque um dia poderá ser tarde demais para tê-los por perto e ai sim, teremos tempo para as lembranças, que insistirão em nos ferir o coração.
NAMASTÊ
Se pudéssemos voltar no tempo e viver com nossos antepassados,
talvez descobríssemos o por quê de tantas coisas.
Porque a vida deles era simplesmente diferente, educados de maneira diferente, podendo ou não ser mais sofrida que a de hoje em dia.
Temos a insensatez e a falta de respeito de julgá-los como malucos, como insanos e velhos, ao chegarem em idade avançada. Mal sabemos nós a carga que levam nos longínquos caminhos que até hoje percorrem. Cansados, porém insistentes, perseguem a essência da vida e ainda poder participar do núcleo familiar. E tudo que passaram e tentaram para poder nos dar uma vida melhor, no mínimo feliz e justa, muitas vezes é esquecido ou nomeado de "obrigação".
Talvez não saibam e nem queiram aprender a usar a tecnologia, apenas se satisfaçam em ter aquela conversa ao pé da lareira ou na cadeira de balanço. Mas nós, tão ocupados e cheios de orgulho por termos educação e cultura que, diga-se de passagem, foi presente deles, deixamos passar a melhor das matérias na escola da vida: o reconhecimento.
Tantas noites eles estiveram em nossas camas, nos cobrindo e cantando ou rezando para dormirmos em paz e aquecidos. Ou levantaram cedo só para preparar-nos o café da manhã com o pão quentinho. E agora, que eles precisam de um café na cama ou daquele pãozinho molinho, pois seus dentes já não suportam os crocantes, ficamos bufando por prestar esse carinho que deveria ser simplesmente abençoado por podermos retribuir.
É bem verdade que alguns ficam rabugentos e parecem não se conformar ou aceitar sua idade. A questão não é se devemos ou não nos entregar à idade, mas ter bom senso em perceber que, assim como bebês não conseguem escalar montanhas, idosos também terão limitações no decorrer da vida.
Mas, com o desenvolvimento em ritmo acelerado, os bons tempos de maior integração familiar foram ficando para trás. Nem quando conseguimos estar todos juntos ao redor da mesa para a refeição, o bom papo flui como antigamente, já que a prioridade é tirar uma foto para as redes sociais ou comentar algo. Nossos antepassados é que eram felizes. Ouviam e riam dos causos, passavam horas na varanda vendo as crianças brincarem de pega-pega e à noite ainda recebiam os parentes que chegavam com uma torta na mão ou a carne pro churrasco.
Hoje, com tantos cursos para aprender como ser melhor profissionalmente, deixamos de lado o como aprender a ser família. Festas? Jamais. Não há tempo e o cansaço tira qualquer vontade de recebermos gente em casa. Poucos são os que ainda encontram tempo e disposição para reunir pessoas e ainda mais convidar os velhos. E o pior se reflete nos mais jovens, naqueles que estão guardando as lembranças e que um dia terão ou não o que contar aos seus filhos e netos.
Nossos antepassados passaram por crises, por guerras, por dificuldades, por um mundo sem tanta informação ou cultura. Mas vivenciaram a vida em si. Davam grandes apertos de mãos, faziam panelões de sopa para convidar a família para comerem juntos e, aos domingos, estendiam toalhas na grama para o piquenique comunitário. A vida hoje é TV, sofá e cada um no seu quarto. Crianças não brincam, dormem de dia para que seus pais possam ter paz. Ou são estimuladas a ficar em aparelhos eletrônicos, pois se distraem e não incomodam.
Isso tudo é o preço do capitalismo e da ganância. Não aprendemos a dar continuidade para as coisas boas da vida. Apenas a jogar na cara de quem fez de tudo para que estivéssemos onde estamos, que estamos ocupados demais para lhes dar atenção hoje. E amanhã também estaremos. E talvez depois de amanhã. Só estamos nos esquecendo que o ciclo continua e um dia estaremos neste mesmo lugar, pedindo um dia só de companhia ou um almoço em família.
É muito lindo falar a palavra família e achar que nossos antepassados deixaram de ser nossa família, porque criamos uma só nossa. Mas devemos lembrar nosso sobrenome, nossa história e nosso sangue correndo nas veias. Quem sabe não é o momento de aumentar a gratidão e apenas deixa-los existir tanto física como espiritualmente em nossas vidas? Porque um dia poderá ser tarde demais para tê-los por perto e ai sim, teremos tempo para as lembranças, que insistirão em nos ferir o coração.
NAMASTÊ
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