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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

O FINAL DE ANO

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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O que acontece nesta época, afinal? Tudo continua sendo o mesmo: o trabalho, as amizades, a família. Mas tem algo inexplicável com o final de ano. É diferente dentro da gente. É como se o peso das costas fosse amenizando, não aumentássemos tanto o valor das preocupações e relaxássemos o espírito. Espera! Será esse o tal "espírito de natal"?

Acho que tudo começa com as férias escolares, onde a correria da manhã e gritos de "pegue o casaco", " toma logo seu café", fosse trocado por uma boa espreguiçada e abraços de bom dia! Ah, como o mundo devia ser exatamente assim todos os dias!

O trânsito nas cidades vai diminuindo por conta da ausência dos estudantes, os ônibus vão menos lotados e os motoristas desestressam, conseguindo até ouvir e cantar a música no rádio. E o ambiente nas empresas parece até melhorar. As pessoas tornam-se felizes, falando sobre presentes e amigo secreto. A preocupação financeira ainda existe, mas com o sabor de mais um salário, o alívio para pagar ou adiantar aquela conta vai deixando a mente mais leve.

Eu não sei exatamente o que é, mas há alguma energia envolta em tudo isso. Ou talvez seja a soma de todas as energias do mundo, que vão aliviando e transformando a vida mais relaxada e feliz. Será o clima de festa universal que faz isso tudo? Luzes, enfeites e planos para juntar a família numa Noite Feliz?

Para mim, o final de ano é especial. Parece tocar o fundo do coração, trazendo lembranças e sentimentos de uma pureza imensurável. Quisera sentir essa coisa meio relaxada durante todo o ano. Talvez a vida fosse mais delicada. E não é especificamente por causa da festa de Natal. É algo maior, que está no ar, nas pessoas, na vida. Isso é o que faz tudo ser divinamente gracioso.

Em alguns lugares do mundo, a neve chega. Aqui para o sul do equador, inicia o verão. E com ele vem as manhãs ensolaradas, cheias de cantos dos mais diversos pássaros. O passeio nas ruas é mais vaporoso, observamos mais e não há pressa. Delícia de tempo!

O que acontece, talvez, é que as pessoas criam dentro de si algo como a chegada. A corrida está no fim e estou prestes a cruzar a faixa. Não interessa se na frente ou por último. O que importa é que estou correndo, estou no jogo. E estou pronto a recomeçar o desafio, cheio de esperanças e idéias para melhorar minha própria vida. Parece que durante a jornada isso não é possível. Por quê? Por que a força em nós é muito mais potente no final do ano?

É como se pudéssemos esquecer o passado e criar um novo mundo, só pelo simples fato de que após a meia-noite, tudo será diferente. Essa força é incrivelmente bela. É uma pena que a dispensamos no decorrer do ano.

Mas o final do ano chegou. Mais um mês e tudo "se renovará". Ou pelo menos queremos que isso aconteça. E, se entendermos que essa magnífica força de acreditar está em nós e não na época, talvez possamos mudar o mundo em qualquer época, em qualquer lugar.

Portanto, respiremos a energia que se faz presente neste momento e tratemos de modificar em nós a essência. Quem sabe assim, possamos brindar todos os dias um novo ano, um novo momento e um novo amanhecer.


NAMASTÊ

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

GOTAS DE CHUVA

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Apresse-se!
As gotas de chuva não duram para sempre.

Aproveite-as!
Deixe-se molhar, sinta-as no rosto.

Sonhe!
Ao fechar os olhos e senti-las rolar na face.

Refresque-se!
No calor cruel, a magia do frescor.

Rodopie!
Abra os braços e ventile a alma.

Gotas de Chuva... paralisam os pensamentos.
Tornam-nos extasiados.

Corra!
E perceberás um leve torpor,
uma sensação de liberdade!

E daí se molhar? Lavará e secará.
Apenas se envolva em cada gota.

Gotas de Chuva...
Aproveite uma vez esse momento...

NAMASTÊ

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

ANIVERSÁRIO CHEGANDO

Autora: Josianne L. Amend (JosiLuA)

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Como você se sente quando está chegando seu aniversário? Normalmente, há uma transformação em mim. Mesmo que esteja numa fase não muito boa ou chateada com algo, a esperança que vem dentro da gente à chegada de uma novo ano, parece fazer a fênix renascer das cinzas. E isso é tão bom!

Escrevo este texto hoje, pois meu aniversário será no domingo. E, em especial nesta semana, estou me sentindo em paz. Andei com alguns processos estranhos dentro de mim com relação a assuntos que não vou comentar. A idade nos faz cada vez mais pensar em nossas vidas, nas relações que criamos e como tratar delas da melhor forma possível.

Não há dúvida que vamos, aos poucos, ganhando uma certa solidão. Os jovens nos acham chatos e cheios de manias. E vão se afastando sorrateiramente. Eles não estão totalmente errados. Mas agora começo a perceber o quanto fui displicente em minha relação com meu pai. Minha mãe ainda vive, mas ele se foi. E posso perceber que se tivesse tido mais paciência com ele, hoje meu coração estaria menos doído de saudades. Quisera ter oportunidade de refazer o que fiz errado.

Mas, voltando ao assunto aniversário, bem ou mal, enfezados ou animados, saudáveis ou doentes, não devemos deixar de ganhar um abraço e ser feliz neste dia. Abençoados os que, mais uma vez, podem comemorar estar passando para outra fase. Olho para mim e vejo alguém quase realizada. Não totalmente, porque não pude fazer tudo que tive vontade de fazer. Falo em relação a profissões e viagens. O interessante é que, com o passar do tempo, fui me sentindo atraída por coisas que na adolescência ou juventude, ignorava. Daí, sem aquele furor de energia dessa época, vamos deixando passar.

Meu aniversário está chegando! E estou e sou feliz, pois a cada dia que se aproxima, me sinto revitalizada e cheia de ânimo. E decidi comemorar, convidando pessoas que estimo e considero especiais para mim. Muitas já me disseram que não vem participar e as entendo. Nem sempre a programação pode ser modificada. Outras, talvez não sejam tão especiais quanto imaginava. E outras, ainda, são muito especiais, mas entendo a distância e o pouco tempo para estarmos juntos. Mas o que quero dizer é que sempre tenho o lema " vai estar, quem deve estar"! E é só isso que importa.

Eu tenho sentido a presença do meu pai esta semana, com um largo sorriso, me olhando de algum lugar no universo, feliz com a mudança que estou sentindo dentro de mim. Andei com alguns desequilíbrios, mas um banho de cachoeira e a energização de um ser incrível de luz, mais a companhia de um beija-flor se banhando junto comigo, levou embora alguns sentimentos horríveis que grudaram em mim.

Se todos pudessem sentir o que a natureza nos faz, seria incrivelmente modificador para nossas vidas. Eu preciso da Mãe Terra. Aliás, sou fã dos quatro elementos. E quando preciso, busco.

Quero desejar a todos que estão lendo meu blog, que me seguem, que tenham seus dias natalícios cheios de paz e alegria. Neste dia tem que haver felicidade, nem que seja um pouquinho. Acreditem em vocês e no que há dentro de suas almas.

Acenderei uma vela, pois o fogo queimará meus sentimentos ruins. Assoprarei essa vela, pois o ar levará para longe o que não mais me importa para crescer. Lavarei mãos e rosto, me banharei com mais vigor, com as ervas da natureza, pois isso me limpará a aura, meu espírito e abrirá meus caminhos. E andarei descalça pela terra, para que a força telúrica me equilibre, agradecendo sempre à Mãe Terra pelo alimento e energia.

Um aniversário, não é só uma comemoração. Deve ser um ritual de agradecimento e amor. O meu está chegando. Parabéns, para mim! E que eu possa comemorar com amor, recebendo e dando abraços e sorrisos.

Obrigada Luz, NAMASTÊ

 

terça-feira, 20 de novembro de 2018

O MISTÉRIO DA ENTREGA

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Era uma casa sem muito amor. Aquela família vivia diariamente automatizada. Faziam tudo igual e mal se olhavam nos olhos. Acordavam, chamavam uns aos outros, se arrumavam, sentavam à mesa para o café, uns com aparelhos eletrônicos, outros já fazendo contas. Apenas uma única pessoa desta família observava seu alimento e o saboreava com gratidão. Além disso, ela também esperava uma oportunidade de conversar com alguém, mas todos comiam como robôs e estavam mais interessados nos seus objetos.

Mesmo assim, aquela única criaturinha era feliz, não julgava. Pois a maneira como vivia era de puro amor. Apesar de ser quase ignorada, o que lhe bastava era ter ao seu lado as pessoas que amava. E saber como elas estavam, o que faziam e como eram.

Convivia com aquilo há tanto tempo, que não reparara na própria solidão. Era suficiente estar ao lado delas. Às vezes sentia-se frustrada por querer contar uma novidade ou mostrar algo que tinha adquirido com esforço, sem que ninguém se importasse ou lhe desse ouvidos. Mas seu amor era tão intenso que acabava por deletar o sentimento de dor e tristeza no coração.

Um dia, para chamar a atenção no café da manhã, resolveu fingir que estava engasgando. Quem estava ao lado deu um tapinha nas costas e ouviu alguém dizer "tome um gole de água que passa". De nada adiantara fingir algo para chamar a atenção. Todos estavam mais interessados nas notícias e fotos das redes sociais, nos seus e-mails e toda forma de comunicação eletrônica.

Ela achava tudo aquilo uma bobagem, afinal a vida estava ali, à sua frente, mas todos tinham olhos apenas para máquinas. Preferia observar os passarinhos no muro da casa buscando comida, o sol brilhando por detrás das cortinas e os pequenos grãos de poeira brilhando através de seus raios, dançando, num balé fantástico pelo ar da casa.

Numa manhã, ela foi atender alguém que batia no portão e voltou com um pacote misterioso, entregue por um mendigo que levou alguns pães amanhecidos. Ela disse que não precisava, mas ele insistiu. Achou aquilo estranho. Não fez alarde, pois ninguém se importaria mesmo, já que estavam entretidos nos seus aparelhinhos e tv. Levou para seu quarto, abriu com certa cautela, bem devagarinho. E espantou-se com o que viu dentro da caixa: absolutamente nada! Ficou irritada a princípio, querendo ir atrás do mendigo e tirar satisfações da brincadeira boba. Mas relevou. Deixou a caixa ali, embaixo da cama mesmo e foi fazer outra coisa. Pensaria melhor sobre ela depois.

À noite, enquanto dormia, a caixa esquecida embaixo da cama começou a lançar uma luz fortíssima que tomou conta do quarto. Ela acordou assustada e a primeira atitude foi perguntar "quem acendeu a luz"! Mas ninguém respondeu. Resolveu levantar e viu que vinha da caixa. Pegou-a nas mãos e, meio assustada com aquilo, colocou a mão dentro dela para ver de onde vinha a luz. Apenas sentiu seu corpo vibrando, seu coração um pouco disparado, mas sua mente estava incrivelmente lúcida.

Não entendeu nada daquilo, mas achou interessante o que a caixa fazia. Contava ou não sobre aquilo para sua família? Será que eles a ouviriam? Entenderiam? Ou a achariam louca e a desdenhariam de novo? Resolveu tentar a sorte e mostrar a todos no dia seguinte no café da manhã.

Ao sentar-se, lá estavam todos já ofuscados pelos aparelhos, sem ter noção de que existem pessoas ao seu redor. Colocou a caixa em cima da mesa e a abriu. Ninguém se importou. Ela emanava a luz e ela disse: - vejam! Todos levantaram seus olhos para a caixa e perguntaram: - vejam o quê?
Vocês não vêem a luz? Perguntou ela. Eles riram e voltaram seus olhos para o que estavam fazendo.

Ela coçou a cabeça, pensou e sentiu-se meio boba. Mesmo assim, a caixa tinha se tornado um objeto querido para ela, pois aquela luz a fazia se sentir melhor, mais lúcida e animada. Ao sair de casa, encontrou com o mendigo sentado na esquina e resolveu questionar sobre a caixa. Ele olhou nos olhos da menina e disse: - Eu sabia que não erraria ao entregá-la a você. És a única naquela casa que enxerga a luz. Os outros, vivem por viver e estão tão preocupados com seus egos, que jamais poderiam abrir seus olhos e ver o que de mais belo existe no mundo. Poucos recebem este presente e o aproveitam de verdade. Não subestime nunca seu amor pela vida. Deixe que a luz te acompanhe sempre e um dia, terás a certeza de que nunca esteve sozinha, nem à mesa, nem em seus caminhos e nem em sua casa.

NAMASTÊ

 

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

MÁQUINAS ATUALIZADAS

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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O que está acontecendo com o mundo que conheci quando era criança? Pessoas estão cada vez mais diferentes, valores sendo escoados pelos ralos, a falsa liberdade destruindo famílias, lares e relacionamentos. Tudo está tão diferente que, em alguns momentos, me sinto deslocada de minha própria vida.

Se compararmos a nós, seres humanos, com robôs elaborados por algum tipo de entidade ou ser, podemos chegar até a pensar que algum responsável pela manutenção dessas máquinas, está fazendo alguma brincadeira ou, no mínimo, trocou os materiais.

Tudo está fora do contexto e as pessoas, para se sentirem como peças raras e que não julgam nada, estão cada vez mais loucas, se é que posso dizer assim.

Quando vim para este mundo, passei minha infância tendo um cais para aportar sempre que precisasse. As mães faziam seus papéis de mulheres. Sim, porque, as feministas que me perdoem, mas as mulheres tem seus papéis na sociedade, assim como os homens. Então, eu tive uma mãe dona de casa, conselheira e observadora e um pai protetor e provedor. Isso é nosso porto seguro.

Daí, veio alguém mexer nas engrenagens e desregulou a vida cotidiana que transformava as novas máquinas em seres lutadores, trabalhadores e centrados. Tá, você conhece alguém que não se dava com seus pais. E daí? Era um em um milhão. Hoje ninguém respeita pai e mãe, há um desdém imenso pelos mais velhos, os jovens querem cada vez mais e se perdem na própria busca, as crianças já tomam remédios controlados para poderem estudar e até interagir com colegas. Sem falar na sexualidade exacerbada onde as mulheres acham que seus corpos são propagandas que vendem o produto nas danças, roupas e cirurgias.

Onde estão as vovós de saiotes e óculos que são a idealização de carinho, amizade e ensinamentos na culinária e até da vida? E os vovôs com suas enxadas ou marretes mostrando como se faz algo, sem ter que pedir para alguém? Estão escondidos nas tintas de cabelos, nas plásticas e nos bares à noite, misturando-se com jovens e não querendo saber de envelhecer.

Quem, e com que consentimento, trocaram nossas peças para criar seres tão estranhos, cheios de manias, que arrumam briga por tudo, que esnobam os menos abastados ou que se vendem para dizer a si mesmos o quanto estão felizes? Só podem estar se divertindo às nossas custas.

Ver mulheres saindo em prol do feminismo pelas ruas me faz questionar até que ponto são femininas? E os homens que hoje em dia não sabem pregar um prego ou se jogam em sofás com cervejas no colo durante uma tarde toda, fazendo cara de mau para não ser incomodados?

Esses realmente somos nós, seres humanos? Eu estou ficando velha, sim, mas vou levar comigo a felicidade de um tempo cheio de boas lembranças. Já me sinto deslocada ao sentir e ver o tratamento que temos dos mais jovens. Uma falta de respeito com quem já viveu o suficiente para saber alguma coisa da vida. Tínhamos tempo de brincar e correr nas ruas, nos parques e nos bosques. Onde está tudo isso, afinal? À noite, íamos para a cama cansados de viver. Hoje, as crianças vão para a cama sem sono, obrigadas pelos pais que, por correrem o dia todo para "ter mais", alegam não terem forças para brincar ou até conversar. E as pobres maquininhas vão enferrujando suas peças, algumas as perdem pelo caminho, sem saber exatamente como recuperá-las.

É triste sim ver um mundo em ascensão no progresso, regredir tanto na forma de viver das pessoas.  E muitos vão deixando para trás parafusos, roscas e peças importantes. Transformando-se em seres irreconhecíveis com o tempo. Mesmo tendo sido amorosamente bem feitos, fazem questão de se estragar. Pobres coitados que, com o tempo, estarão nos ferros-velhos.

Infelizmente cada um tem seu caminho e decisão. Não somos donos da fábrica de máquinas e nem temos o poder de modificá-las. Fomos criados para um auto-reconhecimento e controle. Temos que nos reciclar com diversos tipos de manuais. Alguns parecem ler os mais errados possíveis e se transformam em coisas. Outros, ainda se salvam, buscando aprender, consertar e ordenar-se a si mesmos.

Este é um mundo de máquinas atualizadas, mas gostaria muito que pelo menos o meu mundo voltasse a uns 40 anos atrás...

NAMASTÊ

terça-feira, 13 de novembro de 2018

MOMENTO DE TRÉGUA

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)



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Pedimos trégua...
 
Não aguentamos mais o bombardeio,
as palavras mal ditas,
as ações mal interpretadas e
os olhares insensíveis.

Pedimos trégua...

Suportar o medo de não ser aceito é devastador.
Ser criticado pelo nossos ideais e sonhos é típico de invejosos.
O corpo não aguenta, a mente não resiste, o espírito adoece.

Pedimos trégua...

Porque precisamos nos encontrar,
encontrar a paz e a vida pulsante que tínhamos dentro de nós.
Então precisamos de espaço para sonhar e acreditar.


Por isso, pedimos que nos dê uma trégua!
Esqueça-me um pouco, deixe-me um pouco.
Alimente a si mesmo com o que é verdadeiro e único.
Coloque amor no coração!


Dê uma trégua para a vingança e as brigas,
para querer tomar o lugar que não é seu.
Deixe o mundo girar conforme o universo se move.
É assim que encontramos o que tínhamos perdido.


Pedimos trégua a tudo que perturba,

a tudo que se arrasta como lama grudenta a nossos pés.
Livrai-nos do mal, tende piedade da nossa alma,
e nos dê a trégua necessária para que possamos criar novos horizontes.

E que a trégua sirva para olharmos além das montanhas,
que sirva para acolhermos além dos nossos braços,
que manifeste em nós o espírito que perdoa, que acorda, que reage.

Faça uma trégua,
e entregue ao seu pequeno mundo,
a libertação para um mundo maior, 
que ainda não foi explorado.
 
NAMASTÊ

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

CANSAÇO

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Ando cansada.
Mas o cansaço vai além do corpo físico.
Ando cansada de fingimentos,
de tristezas, de monotonia.

Ando cansada de fofocas,
de mentiras e de pessoas artificiais.

Ando cansada da mesmice,
da falta de acontecimentos incríveis
e de surpresas agradáveis.

Ando cansada da bagunça,
de trabalhos repetitivos,
de histórias já ouvidas mil vezes.

Ando cansada da minha falta de paciência,
e de ver tanta coisa ruim no mundo.

Ando cansada da informação exagerada,
na falta de escrúpulos e
da degradação sexual e moral.

Ando cansada.
Talvez por isso alguns aceitem bem a própria morte.
Talvez a velhice nos faça enxergar que não dá mais,
que podemos descansar, desistir e nos entregar.

Nunca entendi o que era o "descanse em paz".
Agora começo a perceber.
Pois num mundo tão cansativo, onde tanta luta e frustração se chocam,
só um repouso do corpo limitado pode suprir a paz que buscamos.

E, se por acaso o outro lado tiver tudo isso,
que tipo de resultado somos?
E quando finalmente teremos o descanso?

NAMASTÊ

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

LIBERTAÇÃO

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Teu rosto aparece na brisa da manhã,
como um sopro de luz.
As coisas não são exatamente o que são,
consequência de uma mente perturbada e triste!

A energia se desfaz no meio do orgone universal.
Me sinto perdida, não sou amada, mas tenho amor.
Busco carente a imagem de teu rosto,
mas ela se foi... foi apenas um breve presente.

Por que libertar-se do amor,
se ele nos faz tanta falta?
Essa libertação é uma verdadeira prisão,
num mundo egoísta e insano.

Desenho no ar, espalmo as mãos,
mas nada mais desponta. Estou só!
Qual o real significado de libertação, afinal?
Lamento pelo que aconteceu e pelo que não aconteceu.

As ondas do mar são como mensagens do amanhã,
os raios de sol como estradas a percorrer.
Me sinto só, longe de qualquer tempestade, segura.
Mas tentando alcançar o infinito, só para ver onde é.

Teu rosto se desfez, tua energia vaga pelo espaço.
Talvez eu acesse sem saber, encontre sem sentir.
Você conseguiu a liberdade, ou a prisão é eterna?
Imploro que me seja permitido o consolo do teu olhar.

Estou à espera de que tudo seja uma ilusão,
algo que o mar levará, o sol aquecerá, o vento limpará e a terra cobrirá!
Algo que apenas venha me trazer,
minha libertação!

NAMASTÊ
 

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

GRANDES MISTÉRIOS

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Comecei a analisar algumas situações de minha vida e não há dúvida que somos um grande mistério mesmo. Vivemos nos perguntando por que isso, por que aquilo e apesar de justificarmos tudo de uma forma simplista, a questão é que não sabemos exatamente o que acontece.

A vida tem tantas fases, acontecimentos e fatalidades que nos deixa, muitas vezes, sem chão. Quem, como eu, que tem tempo de sobra para pensar, já que ama estar em casa, sozinha e aconchegada, deixa que o pensamento trabalhe solto. Mesmo nas atividades de casa, por não ser incomodada com vozes, perguntas e outras pessoas, a gente acaba pensando demais. E analisamos tudo minuciosamente, tentando achar respostas.  Mas nem sempre aparecem e esses são os grandes mistérios das nossas vidas.

Queremos constantemente definir o destino. O universo é um emaranhado de energias, inclusive as nossas, cruzando de um lado para outro. Isso justifica idéias iguais em locais diferentes, sincronicidades e as famosas "conexões de pensamentos", causando as intuições.

O ser humano precisa e quer acreditar em algo. Parecemos pendurados no penhasco pelo cipó. Entendemos que uma hora não aguentaremos mais e despencaremos. Mesmo assim, tentamos de todo jeito escalar e chegar ao topo para ter mais segurança. Mas, no íntimo sabemos que as tentativas, um dia, serão vencidas pelo cansaço. Não sei exatamente como surgiu em nós a crença de que somos eternos (energeticamente falando). Assisto a muito programas científicos e especulativos sobre a vida. Quero tentar entender, absorver e aprender. Talvez isso alivie minha alma da ansiedade normal que todos temos no futuro.

A questão é que nossa existência é tão misteriosa que talvez seja isso que faça nossa máquina movimentar-se em busca de soluções para nosso dia a dia. A resposta definitiva ainda não veio, apenas crenças. E acreditar que apesar de tudo haverá algo melhor (ou pior), faz de nós seres tão diferenciados em pensamentos, escolhas, ideais.

É um mistério o que há em nós, em nossa consciência e na forma como agimos e nos apresentamos perante a vida. Para uns parece tão fácil, para outros é complicado. Uns seguem um caminho de busca, beleza interior e aprendizado, outros de violência, desajustes e escuridão. Por que isso? Vocês devem estar pensando em educação, oportunidades e estrutura mental. Sim, pois não somos nada iguais. E talvez tudo isso possa realmente refletir em nós. Mas e as escolhas? Quando elas realmente são feitas? E por que escolhemos prejudicar, errar, destruir?

Se pudéssemos observar-nos num grande microscópio o que veríamos de diferente em nós? Será que, se olhássemos com os olhos do universo e observássemos a Terra e nós, entenderíamos alguma coisa? Será que somos constantemente analisados por algo maior, que ri às nossas custas ou se compadece com nossos sofrimentos?

É loucura tentar decifrar tanto mistério. E bem mais cômodo nos satisfazermos com respostas apropriadas com a história do mundo, das civilizações, dos acontecimentos, da ciência. E quantos de nós não sabem de nada, do real, do que escondem da população?

E assim caminhamos... com aquele sufoco dentro de nós, sabendo que há algo, mas não entendendo o que é esse algo e por que nos agita. Será que um dia reveremos antepassados, poderemos estar num estágio tal que o corpo físico seja superado pela inteligência energética e universal? E que tudo realmente faça parte do todo, que sejamos energia aptas a exercer algo maior, que hoje nem imaginamos ou sequer possamos definir. Ou será que tudo é nada, que apenas nos desmanchamos num universo repetitivo e sarcástico?

Seja lá o que realmente há, existe e movimenta, o cipó continua pendurado no precipício. E estamos nos agarrando a ele. Por vezes, um alguém qualquer nos sacode como marionetes e balançamos amedrontados ou caímos de vez. Em outras, ficamos tentando e tentando subir, com ou sem sucesso. E em outras ainda, só paramos para observar o que acontece ao nosso redor, esquecendo de nossas próprias vidas.

O grande mistério da nossa existência talvez não seja conhecido, mas possa ser trabalhado de maneira que só se continue. Não sabemos para onde, nem quando, já que nem o tempo parece realmente existir.

NAMASTÊ

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

AS NUVENS ESCURAS

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)

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Quem nunca foi pego de surpresa por uma nuvem escura chegando, às vezes lentamente, às vezes tão repentina que não há tempo de nada? Nem de respirar? E muitas vezes, elas chegam num momento em que estamos felizes com a vida, noutros em que estamos fragilizados.

A questão é que nuvens escuras fazem parte da natureza e da vida. Elas assustam, mas também são necessárias. São elas que nos tiram a estagnação, fazem-nos acordar e tomar decisões imediatas. É óbvio que, por analogia, comparo "nossas nuvens escuras" com as da natureza.

Hoje, ao descer do ônibus, olhei para o céu e lá estava ela: uma nuvem muito escura, indicando que o dia de hoje poderá (ou não) ter um temporal. O parênteses é para entender que nem sempre o que se mostra a nós, acontece. Podem haver desvios, ventos soprando para longe e todo tipo de acontecimento que afaste de nós a escuridão. Mas é necessário estar precavido e atento aos fatos. Pois caso o temporal chegue, ele não fará tanto estrago na alma.

Metaforicamente falando, as nuvens escuras sempre escondem o sol. Então, sabemos que em algum momento elas vão se dissipar e as coisas se mostrarão mais claras. Mesmo que isso nos custe uma perda de amizade, de dinheiro, de alegria ou de saúde. Jamais as nuvens ficam estacionadas sem partir ou dissipar. Em algum momento, isso acontecerá.

Temos uma ânsia pela luz, pelo que é claro! Parece que há mais conforto quando tudo é iluminação. Somos assim, mesmo que alguns façam questão de se virar para as trevas. Bom, levando em consideração que o universo precisa de equilíbrio, talvez isso faça parte. Se levarmos em conta que eles sejam as nuvens escuras, com certeza sabemos que  desaparecem mais facilmente do que o sol.

Voltando ao assunto, essas nuvens que aparecem em nossas vidas, fazem chover alguns sentimentos que são como agulhas no coração. Já ouviram falar da chuva ácida? Ela é real. Prejudica a saúde. Pois bem, a chuva de palavras e atitudes de algumas pessoas que são as nuvens escuras de nossas vidas, também tem esse efeito. Por vezes, elas nem se dão conta que, sobrecarregadas, resolvem ser essas nuvens. Aparecem em nossas vidas e "chovem" em nós com seu ácido, seu veneno. E quase nunca percebem que, aos poucos, vão minando a terra sob nossos pés e criando barreiras nos relacionamentos.

Infelizmente, muitos desses relacionamentos acabam por falta de cultivo e de água límpida. Sim, porque algumas nuvens, apesar de escuras, desabam água potavelmente aceitável e necessária para que o que estava morrendo, novamente floresça. De um jeito ou de outro, seja pela dor ou pelo amor, precisamos criar coragem de mudar ou romper laços que não nos servem mais.

Com certeza você já ouviu alguém dizer que "tomar um banho de chuva lava a alma"! Porque parece que naquele momento estamos recebendo algo novo em nossas vidas e deixando-nos banhar pelo prazer e pela novidade. Chega a ser engraçado, divertido, quando conseguimos rir de nós mesmos.

Portanto, preste atenção nas nuvens negras que vem na sua vida. Elas podem dar uma paradinha, podem parecer que não sairão nunca, mas sairão. Vão chover tudo que tiver para chover, ou apenas escurecer-nos. Mas o sol voltará a brilhar! Tudo que temos a fazer é perceber o pequeno raio de sol que às vezes se esforça entre as nuvens. Não devemos ser tão exigentes e querer que toda a luz apareça de uma vez. Aproveitemos o momento para refletir e abençoar aquilo que, aos poucos, vem para nós.

Infelizmente, as chuvas ácidas e cheias de espinhos que nos tocam pela vida, vão deixando marcas. Algumas serão profundas, outras esquecidas. Mas tudo isso somos nós, nossas vidas, nossos sentimentos, nossas rugas. Cada um de nós é um ser único, até porque as relações são diferenciadas em nossas vidas. Alguns tem a sorte de deletar mais facilmente (ou fingem e sofrem mais), outros levam a mágoa por toda a vida.

Neste momento, ao terminar este texto, aquela nuvem escura que vi ao descer do ônibus está desabando. Mas eu posso reclamar ou simplesmente admirar o sabiá buscando comida na grama no meio da chuva.

NAMASTÊ