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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

sábado, 20 de fevereiro de 2016

A VONTADE DE DESISTIR

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)



Quantos de nós já pensou em desistir? Sim, há uma culpa ou tormenta dentro de nós quando imaginamos tal coisa. Desistir... sair de cena! Pura e simplesmente porque tudo que tentamos não dá certo, o que sonhamos se perde pelo caminho, ou nos deparamos com pessoas que parecem vir ao mundo só para destruir o que você é, faz ou planeja.

Lemos muito sobre não desistir, ir em frente e dar a cara a bater, mas quando algo acontece, a nossa energia parece escoar por algum local da nossa alma. Tanto, que muitas vezes, nos deixa acamados, acabrunhados e sem vontade de olhar para o mundo.

A sensação na hora é de total desamparo e os questionamentos começam a fazer burburinhos dentro de nossa cabeça. Tantas perguntas, que você precisa estar sozinho, porque não dá conta de ouvir mais ninguém, nem mesmo a si próprio. Nesta hora, você acaba passando por antipático ou, para os mais julgadores, vítima.

A vida nos prega tantas peças que algumas pessoas acabam por sair totalmente de seu equilíbrio. Mas a que isso se deve, afinal? Por que não conseguimos lidar com certos erros, problemas e frustrações?

Acho que a resposta está na humanidade, pois ela é cruel. Nos sentimos intimidados quando não desenvolvemos todo nosso potencial, o chão a nossos pés parecem areias movediças e, aos poucos, vamos nos tolhendo da vida.

Estamos sendo eternamente bombardeados de adjetivos, dependendo do que exercemos ou não em nossas vidas. Hoje, você pode ser um "executivo" bem sucedido, bem posicionado na empresa, mas amanhã, se for demitido, será apenas mais um desesperado a procurar seu lugar no mundo. E, nesta hora, não importa quão bom tenha sido, os olhos dos outros são de puro desdém. E você tem que aguentar isso engolindo orgulho e todo o preconceito.

Mas este é somente um exemplo. Outras formas existem para nos tirar a alegria e a vontade de continuar. Uma das que mais fazem sofrer é a traição. Aquela que vem de pessoas em quem confiávamos e que por ganância, inveja, ambição, conseguem fazer com que você perca tudo o que conseguiu e as oportunidades que tinha.

Sem entrar no mérito espiritual e da lei do retorno, pois nessa hora nem isso nos consola, o declínio se inicia. E esta fase é, por assim dizer, muito doída e sem negociações. Talvez seja quando mais precisamos dos anjos na terra. E, quando eles não aparecem, muitos decidem por encontrá-los fora daqui.

Quando estamos bem, todo esse processo, visto em outras pessoas, faz com que tenhamos julgamentos errôneos. Nós somos seres complicados. E, a nova era, cheia de pessoas gratas por tudo, escondem tantas desilusões dentro delas, quanto qualquer outra pessoa. Isso me faz pensar no que somos e acreditamos. É fácil ser feliz quando tudo dá certo. Mas somos um castelo de areia, predispostos a doenças quando nos cegamos pelas injustiças da vida. Talvez os que desistem mais rápido são os que foram mais vistos, tinham o respeito por causa de um cargo ou que não se conformam com o abandono de um amor. Despencar das alturas pode ser insuportável. E o que mais o ser humano procura, seja lá quem ele for e que religião cultua, é estar nas alturas, ser idolatrado, seguido, invejado. Isso é muito triste, quando se trata de pessoas que não aceitam outros tentando ser alguém na vida e, sem nenhuma piedade, puxam o tapete de alguma forma, munidos de falsos moralismos ou buscando contaminar os outros com seus venenos bem destilados.

E, a vontade de desistir pode vir repentinamente, como também ir na mesma proporção. É como quando se está com muita sede. Se não achamos um copo com água logo, podemos desidratar. Mas, ao tomar esta água, nem pensamos mais no quanto ela estava sendo cruel para nosso corpo.

Se acreditamos num propósito maior das nossas vidas, apesar de todos os tijolos que carregamos, apesar de todo esforço que fazemos para nos sentirmos úteis a nós mesmos, não desistiremos até que as luzes deste teatro se apaguem e que nos impeçam de atuar novamente. Pode parecer vergonhoso cair, podemos nos sentir totalmente derrotados, demonstrar nossas fraquezas, mas isso faz parte de um crescimento interior, de um ideal maior que jamais conseguiremos definir.

Quanto mais dermos importância aos rótulos que todos os dias fazem questão de serem lembrados pelo marketing infeliz do planeta, mais nossas forças serão escoadas e talvez, nosso tempo de permanência aqui seja reduzido pelos nossos próprios temores e tristezas. O que se dizer a isso? A força e a decisão está somente em nossas mãos.


NAMASTÊ

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