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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

sábado, 7 de novembro de 2015

QUILOS A MAIS

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)



Este texto não tem nada a ver com a necessidade de se cuidar em termos de saúde. Tem a ver com a vida, com nossos sentimentos e com nossas escolhas.

Ouço muito as palavras "quilos a mais" e gostaria de saber onde está o manuscrito vindo dos extraterrestres que foi escondido no monte sagrado e que revela o limite da gordura em nossos corpos. Deve ter um, sem dúvida alguma, já que os ET's são todos magrinhos. Bem, na verdade eles são um pouco inchados na barriga, mas isso é outra história.

Fomos tão estupidamente bombardeados com a idéia do corpo perfeito, que agora não sabemos mais admirar as gordurinhas localizadas em regiões estratégicas. Nossos olhos e senso crítico estão tão acostumados com manequins, fotos e todo tipo de mídia discriminativa para a gordurinha, que estamos ficando literalmente neuróticos.

As pessoas acordam e, ao invés de se admirar pelo simples fato de existirem, já se olham achando defeitos por todos os lados. E o mais incrível é que as mais neuróticas, são as que possuem o corpo "invejado" pelos cheios de gordurinhas. E são, também, as que mais discriminam e se incomodam por verem alguém usar uma roupa de banho na praia, mostrando seus "pneusinhos". Porque projetam suas inseguranças nos outros.

Não vou falar em corpo perfeito, pois ele é utópico. Talvez existam em outras dimensões, mas sabemos que mesmo não tendo os quilinhos a mais em determinadas regiões, alguns tem gordura de sobra na língua e no cérebro.

Após anos e anos de lavagem cerebral, posso dizer que é bem difícil olharmos para alguém com mais estrutura e acharmos normal e lindo. Mas é. Essa pessoa é maravilhosa, é charmosa e única. Porque todos somos únicos e, dentro de nós, apesar da neurose de querer ser o centro das atenções na atualidade, existem pessoas amarguradas, insatisfeitas, frustradas e muito tristes.

Nos deixamos envolver por massificação de idéias e conceitos quanto ao que devemos ser ou nos tornar e esquecemos completamente que somos livres.

Mas, o pior de todo esse processo são os preconceitos que vejo quando as pessoas são escolhidas para cargos em empresas, para desfilar estilos (como se não existissem pessoas para roupas maiores) ou para ocuparem lugares em meios de transporte. É como se o mundo se resumisse, não em qualificação, mas em tamanho de corpo. E não vou dizer beleza, porque nem todo magro é belo.

Aqui não cabe falar de beleza, mas do preconceito que o mundo criou com relação às maravilhosas pessoas com quilos a mais. As indústrias da moda, dos remédios para emagrecer e das cirurgias plásticas são as que fazem o ser humano ser infeliz e insatisfeito cada vez mais. 

Os quilos a mais não existem. Existe um corpo, onde uma alma boa ou ruim nele se hospeda. Não é o corpo físico que determina um ser humano, mas a alma dele. 

Clichê? Talvez seja para muitos, principalmente aqueles que estão aprisionados no mundo que não é deles, mas de quem os manipula através de produtos e esperanças.

E o mais engraçado é que, bem ou mal, escolhas são feitas e quando você se der conta, passou a vida toda correndo atrás de algo que não te mostrou quem realmente você é e o que veio fazer. E aí, poderá ser tarde demais, deixando passar lindas almas, pura e simplesmente por julgar.

Liberte-se! Viva a vida como ela se apresenta a você. E, se alguém te julgar, dê de ombros e procure outro jardim, porque este já está cravado de espinhos.


NAMASTÊ



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