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Coração Aberto

Quando decidi escrever me senti uma borboleta saindo do casulo. E junto com ela saíram os sentimentos e os pensamentos que muitas vezes não conseguimos transmitir. Descobri que ser poeta é opinar sem medo, escrever é desvincular-se de segredos e expressar-se é viver intensamente.

JosiLuA

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

ME SINTO ALÉM

Autora: Josianne L.Amend (JosiLuA)


este texto pode ser considerado um desabafo necessário...


Estou aqui, não sou daqui!
Meus sentimentos parecem ter se esvaziado, se perdido através de tanta luta. Me sinto isolada do mundo real. E qual será realmente a realidade de tudo?

É como se nada mais me afetasse, se nada mais me surpreendesse. Todos os caminhos que tenho à minha frente parecem terminar no mesmo lugar. E esse lugar continua sendo vazio, sem brilho, sem novidades. Desanimo, sem querer que eu saiba disso.

Me sinto além das minhas forças. Não consigo criar, ter idéias e buscar soluções. Me sinto além... entregando os pontos com as mãos fechadas.

Eu vivo pedindo forças, mas olho para um lado vejo necessidade, olho para outro, assisto decadência. Onde estará o lugar que sonho?

Sinto desesperança. Meu chakra cardíaco parece sufocado e meu brilho está ofuscado por dúvidas.

Eu não Vos peço mais nada, só compreensão no meu espírito aflito. Talvez eu tenha que atravessar a ponte das incertezas para que, ao chegar do outro lado, minha alma possa reconfortar-se. Quero acessar as certezas e não chorar lágrimas vazias.

Quero abrir meus olhos e desnudar-me do manto escuro que me cobre. Há luz e esperança em algum lugar, eu sei! E eu também gostaria de gritar vitória uma ou outra vez em minha vida.

Se escolhi isto tudo, que meu coração se aquiete! Chega de tanto conflito interior. Que em meus devaneios eu possa ser reconfortada e esclarecida. Parece que a paciência ao esperar por alguma vitória está tirando minha energia vital. Não me orgulho do que sou. Tenho medo de cada manhã.

Quero permanecer nos sonhos, onde encontro com pessoas e converso com elas. Onde a vida parece ter significado.

O tempo vai passando, as pessoas também e parece que eu, simplesmente colei ao chão. O planeta gira ao contrário para mim. Me sinto além de tudo e de todos. Cada vez mais firme à margem, sou como a planta que dia após dia observa a correnteza de um rio levando galhos, pedras, folhas, mas sem poder sentir o que é nadar.

Onde está o fio que liga tudo? Onde está a linha tênue?

Não sei mais o que é intuição ou imaginação. Me agarro no dia após dia. Exausta, nem o sofrimento tem mais espaço. Estou vazia. Em que momento o colírio dos olhos chegou ao final?

É um mundo perverso, onde tudo é minuciosamente julgado. Qualquer olhar, palavra, atitude ou falta dela. Tudo cobrado, sem piedade, muitas vezes com tal intensidade que nos colocam mais um peso: a culpa!

Não consigo aquietar a mente, pois o coração está transbordando de perguntas. O mais triste é não conseguir mais chorar lágrimas molhadas, mas sim lágrimas secas que afogam a garganta com um fel viscoso. E o peito dói.

Me sinto além e talvez seja por isso que não consigo me permitir viajar nesta nave de maneira a apreciar a paisagem. Me colocaram no corredor e por mais que eu me levante, que estique meus olhos, o que vejo são as sombras que cobrem o visual.

Me sinto além de algo, de tudo, da vida...

Namastê



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